Pelos claros, focinho rosado e olhos azuis. As características do pequinês Bob encantaram a servidora pública Solange Pavie, 50 anos, quando o viu pela primeira vez no pet shop. "Foi amor à primeira vista", lembra a dona do cão de 2 anos. Ela ainda não sabia, até então, que se tratava de um animal albino, mas foi alertada antes de deixar a loja com o cão. Ela procurava um cachorro de temperamento tranquilo, e foram justamente a calma e a docilidade de Bob que chamaram a atenção de Solange.
Além de ser encontrado no homem, o albinismo atinge animais, incluindo cães e gatos, e pode dar a eles uma beleza especial. Nos bichos, assim como nos humanos, as ocorrências são raras. Segundo a veterinária Talita Borges, é comum que haja confusão por parte dos donos de animais com pelagem branca e o falso diagnóstico ; fato que ocorre com mais frequência em gatos. "Não é uma anomalia muito comum nos animais, e a incidência é maior em gatos do que em cães", afirma.
A causa do albinismo é sempre a mesma. Uma anomalia genética faz com que o indivíduo produza melanina de maneira insuficiente. A intensidade varia: a ausência de pigmentação pode ser completa ou parcial, quando a despigmentação acontece em apenas algumas partes do corpo.
Ainda de acordo com Talita, o diagnóstico em animais é controverso, uma vez que nem sempre o mapeamento genético, que permitiria identificar o problema, mostra a característica do albinismo.
"Além da pele e da pelagem brancas, os cães albinos normalmente têm os olhos azuis. Nos seres humanos albinos, a íris do olho não é pigmentada", explica a veterinária.
Como é de se imaginar, os cães e gatos albinos exigem alguns cuidados especiais. Assim como as pessoas, esses animais não podem ficar muito expostos à luz solar para evitar complicações. Por isso, é importante levar o pet para passear em horários de menos sol. "Os raios ultravioletas podem causar vários problemas, como queimaduras e câncer de pele", exemplifica Talita Borges. "Fora dos horários com muito sol, esses animais podem passear, tendo sempre o cuidado de usar roupinhas e protetor solar."
Atenta às necessidades do pequenês Bob, que faz visitas ao veterinário periodicamente, Solange Pavie garante que não é trabalho nenhum tê-lo em casa. "Ele é muito dócil e brinca com os meus filhos." Ela apenas lamenta que o cão não tenha muito interesse de interagir com outros animais. Porém, não é possível culpar o albinismo pelo comportamento do cachorro, segundo a veterinária Talita Borges. "A condição dele não afeta o temperamento. Os animais albinos são como os outros, a única diferença é a cor da pele e que esses animais podem ter preferência por locais com pouca luminosidade, pois sentem desconforto ocular com a exposição à luz."
Leia a reportagem completa na edição n; 458 da Revista do Correio.