São Paulo ; Dois dias de São Paulo Fashion Week já foram e os hits da temporada quente ; comprimentos, cores, texturas -- começam a se definir. Alexandre Herchcovitch começou logo cedo o segundo dia de desfiles com uma apresentação na Oca, no Parque do Ibirapuera. O estilista trouxe para sua linha feminina o perfume dos anos 1940 e 1950, com saias-lápis em couro ou jeans, de fendas na parte de trás, modelos evasê na altura dos joelhos, cintura marcada e silhueta elegante. Os sobretudos emborrachados jogados por cima dos looks deram o tom moderno à inspiração retrô.
A mineira Patrícia Motta veio em seguida. A estilista, conhecida pelo seu trabalho com laser e estamparia em couro, conseguiu trazer leveza para o material e fez um verão de tons lavados, que variaram entre o branco e o rosa, intercalados com vibrantes vermelhos e laranjas. Longos e mídis recortados a laser ou estampados com florais definiram o tom romântico da coleção. A marca trouxe ótimas jaquetas e coletes.
Giuliana Romanno fez sua estreia no evento e foi bastante aplaudida. A alfaiataria de corte impecável da estilista veio em bermudas-saias, saias-lápis, shorts e macaquinhos. A silhueta da coleção é bem feminina, com decotes em V e comprimentos que vão do mídi ao curto. As cores passaram do branco ao nude, dando lugar a elétricos laranjas, vermelhos e pinks. O brilho molhado e o plástico, que já apareceram em algumas passarelas da temporada, se repetiram na coleção. Tendência para ficar de olho.
Em seguida, Vitorino Campos trouxe coleção inspirada no buraco negro. Tons sóbrios, silhuetas retas e transparência deram o tom da coleção. Teve também paetê em preto e furta-cor, dando um tom futurista à apresentação, e fios de lurex em alguns tops e saias. Os comprimentos vieram ora nos joelhos, ora nas canelas. As bermudas substituiram mais uma vez os shorts, provando que o comprimento do verão não deve mesmo ser o míni. O uso de organza tecnológica cumpriu a cota quase obrigatória nessa temporada de uso de materiais ;inusitados;. Ela apareceu em capas e camisetas e dava na passarela a impressão de um tecido plastificado, como o material de uma capa de chuva.
Uma por Raquel Davidowicz, penúltima a se apresentar ontem, veio com um verão inspirado no Dadaísmo. A coleção tinha peças amplas, como calças, camisetoes e tricôs em tela ; as tramas já têm cara de tendência a essa altura do evento ; e maxirregatas superamplas como vestidos. O ponto de partido da estilista veio nas estampas: fotografias do seu próprio acervo impressas em tamanho real nas peças. A coleção teve predomínio do preto e do branco, com interferências de verde e vermelho metálicos, recortados geometricamente. Vale ficar de olho nos metalizados também!
Coube à Triton fechar a noite com coleção fofa, inspirada em bonecas japonesas. Vieram miniflorais delicados bordados em tecidos leves, um monte de babados e plissados. A coleção, de roupas leves e superfemininas, contrastava com sapatos pesados ; tamancos de madeira que lembravam sapatos masculinos. Na cartela de cores, laranja, rosa, turquesa e cáqui. Ótimas bermudas, vestidos rodados em tweed colorido e cintura bem marcada, além de bolsas tipo saco, que já saíram da passarela sendo queridinhas do verão.
Hoje, se apresentam Paula Raia, FH Fause Haten, Glória Coelho, Ronaldo Fraga, Lilly Sarti, as marcas de moda praia Água de Coco por Liana Thomaz e Adriana Degreas e Colcci, com Gisele Bündchen na passarela. O evento vai até sexta-feira.