Uma cidade tão acostumada a endereços numerados acabou esquecendo o nome do projeto que teria feito a união arquitetônica das quadras 107, 307, 108 e 308 Norte. Na fundação da UnB, o Ceplan, o centro de estudos e planejamento arquitetônicos projetou a unidade de vizinhança da Asa Norte para abrigar os professores da universidade e o corpo diplomático.
Do projeto que se integraria totalmente aos conceitos do Plano Piloto de Lucio Costa, só foram construídas três torres e uma lâmina, que acabou modificada na 107 Norte em 1965, ação interrompida pelo regime militar. O trio muito se diferencia dos prédios em lâminas das outras superquadras e acabou recebendo vários apelidos (radiador, transformador etc.). Eles são a dissertação de mestrado de Mayume Watanabe Souza Lima e Sergio Souza Lima.
Totalmente modernistas, os blocos F, G e I ostentam painéis do mestre Athos Bulcão. Um, por ser muito diferente do trabalho do idolatrado artista, gera polêmica sobre sua autenticidade, mas Valéria Cabral, da Fundathos, atesta a autoria. Joana França, fotógrafa especializada em arquitetura e que mora no bloco I, brinca: ;Os que têm os azulejos quadradinhos são mais lindos, na minha opinião imparcial;.
Hoje, a trinca arquitetônica é objeto de desejo dos fãs do modernismo. O músico Clodo Ferreira esperou dois anos para conseguir comprar o seu no G. Nos seus diferentes pilotis, sempre é possível ver estudantes de arquitetura e turistas, pois a quadra é point de visitas guiadas ; um luxo para os moradores dos 72 apartamentos de espaçosos dois quartos, com garagem.