Rio de Janeiro ; Na semana seguinte à realização da São Paulo Fashion Week, foi a vez de o Rio de Janeiro mostrar o que devemos ver nas lojas e nas ruas no verão de 2015. A moda está sempre adiantada, o que pode prejudicar os bolsos ; mal começamos a preparar o guarda-roupa de inverno, e as marcas já estão focadas no que será lançado lá na frente. A vantagem é que dá para comprar desde cedo peças que sabemos que não ficarão ultrapassadas nas próximas estações.
As saias mídi são um exemplo. Embora associemos verão a saias e vestidos curtos, os desfiles mostram que o comprimento da moda continuará um pouco mais longo. As blusas cropped aparecem como outra garantia. Quem já está acostumada a ficar com a barriga à mostra deve continuar ; muitas outras ainda devem aderir à moda.
A cartela de cores da temporada apareceu bem ampla. Ellus 2nd Floor chegou a usar, de forma bem discreta, o neon, o roxo e o dourado. Houve, inclusive, estampa de arco-íris, em que quase todas os tons foram contemplados. Mesmo assim, deu para notar que o amarelo continua em alta, e o laranja começa a ocupar um espaço considerável.
As estampas étnicas devem continuar, mas as marcas estão procurando outras inspirações, como é o caso de Oh, Boy, que se inspirou na Guatemala, e da Cantão, que procurou referências em uma tribo indígena localizada no Acre, perto do Peru, chamada Hunikuin.
; A repórter viajou a convite da organização do evento.
Não que as hot pants não tenham aparecido repetidas vezes nas passarelas. Elas foram usadas exaustivamente. Mas a verdadeira inovação da temporada foram os biquínis com a parte de cima maior e as calcinhas menores. Quase todas as marcas que apresentaram moda praia fizeram uso da estratégia. Osklen Praia, Triya, Salinas e Lenny Niemeyer foram alguns exemplos.
Os tecidos mais rústicos apareceram diversas vezes, tanto em roupas de festa quanto nas mais casuais e nos biquínis. Ellus 2nd Floor usou um tecido parecido com palha, ora na cor dourada, ora na roxa, e com um brilho bem característico. Lenny Niemeyer é exemplo de marca que usou tecidos rústicos, tanto nas saias de vestidos glamourosos quanto em roupas de banho. Para dar um toque ainda mais tosco, sem perder a elegância, foram deixados pedaços de pano sobrando nas laterais dos sutiãs e calcinhas, como se tivessem sido esquecidos por ali.
Enquanto Victor Dzenk usou pedrarias, Tryia apostou apenas nas miçangas em roupas de banhos. Os dois resultados foram interessantes, mas são para ocasiões diferentes.
Sem aquele estilo hippie ou aquela cara de que foi feito em casa, Patricia Vieira e Oh, Boy! usaram tie-dye em suas coleções de forma moderna. Pode não se tratar de uma tendência em si, mas é um exemplo de como certos preconceitos podem cair por terra.
Em vez do tule usado há algumas temporada ; que fingiam que a pele estava nua e que não havia nada por ali ;, agora a moda é mostrar a pele evidenciando tramas e telas que tentam cobri-la. Mais uma vez, isso foi usado tanto em roupas de banho, caso de Triya, quanto em roupas sociais e de festa, opção adotada por Maria Filó e Filhas de Gaia ; marca que também abusou das saias copo de leite, tendência já detectada na São Paulo Fashion Week.
Com a maior influência dos anos 1920 na moda, atualmente, foram os óculos de formatos arredondados que mais apareceram nas passarelas.
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