Por Ricardo Teixeira
A tal história que os opostos se atraem é puro mito? Os psicólogos não têm muita dúvida disso. As pessoas costumam se casar com outras com mesmo nível educacional, com crenças religiosas e políticas semelhantes e que têm mais interesses em comum. Mas será que a bagagem que carregamos no nosso código genético influencia também a escolha do nosso parceiro?
Uma pesquisa publicada esta última semana pelo prestigiado periódico Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que o DNA faz diferença sim. Uma pessoa tem o código genético mais parecido do seu parceiro ou parceira quando
comparado ao DNA de outras pessoas com mesmo nível socioeconômico, etnia e origem de nascimento. Pesquisadores da Universidade do Colorado nos EUA analisaram o genoma de mais de 825 casais heterossexuais e compararam com
o material genético de pessoas sem nenhum tipo de vínculo. Eles demonstram também que a genética influencia a escolha do parceiro, mas de forma bem menos expressiva que outros fatores como perfil educacional.
A ideia de semelhança do código genético dos casais foge um pouco do senso comum. Evitamos casar com nossos parentes e estudos mostram que mulheres sentem-se mais atraídas pelo cheiro de homens que tem genes do sistema imunológico diferentes dos delas. Isso parece uma contradição, mas esses genes imunológicos podem ter comportamento diferente dos demais.
O presente estudo coloca em xeque uma série de outros que mostrou que as diferenças do código genético entre os membros de um casal são tão grandes quanto às que encontramos entre indivíduos sem parentesco ou laços afetivos. Entretanto, foi a primeira vez que se analisaram as semelhanças do código genético entre membros de um casal utilizando todo o genoma.