O sucesso do álbum de figurinhas da Copa foi tanto que despertou nossa vontade de montar seleções imaginárias. E não somente esportivas. No nosso livro ilustrado afetivo, sempre há espaço para as "figuraças" que cruzam o nosso caminho na rua, nos bares, nos shows. Foi com o espírito de homenagear esses personagens queridos que a Revista pensou estas páginas. O dream team a seguir é bem variado, reúne de artistas consagrados a "criaturas da noite", e é só para dar o gostinho. Cada um é convidado a expandir a coleção com a carinha favorita. Colecione, troque com os amigos, dispute no "bafo", cole por aí ; e renove seu olhar a cada dia para as pessoas incríveis, famosas ou anônimas, que fazem do "quadradinho" um lugar mais divertido.
Luiz Amorim
Com 7 anos, em 1973, Luiz Amorim chegou de Salvador com a mãe. De família pobre, vendia picolé e engraxava sapatos. Aos 12 anos, foi trabalhar em um açougue na 312 Norte e aprendeu o ofício. Morava nos fundos da loja e, aos 18, leu o primeiro livro de filosofia, pelo qual se encantou. Começou a pensar sobre como aqueles livros deviam estar disponíveis a todos. Quando conseguiu, em 1994, comprar o próprio açougue, instalou uma pequena estante de livros. Por meio de doações, o transformou em Açougue Cultural T-Bone, o primeiro estabelecimento a reunir carnes e cultura. Hoje, Luiz dá palestras sobre os projetos que já criou. Um dos mais famosos é o da Biblioteca Popular, um conceito de empréstimo de livros sem nenhum tipo de burocracia, nas paradas de ônibus do Plano.
Carlos Elias
O sambista lembra o dia exato em que chegou a Brasília: 10 de janeiro de 1975. Foi transferido da autarquia em que trabalhava no Rio de Janeiro para o Itamaraty. Aproveitou também para estudar comunicação na UnB. No Rio, atuava como relações públicas da Portela. Trouxe a experiência de lá para cá. Na época, segundo ele, o samba em Brasília engatinhava. Fora a escola de samba Aruc, havia pouca coisa. Elias fez sua parte para consolidar o ritmo na capital quando participou da criação da boate Camisa Listrada (no Setor Comercial Sul) e, mais tarde, do Clube do Samba, no Teatro Galpão (508 Sul). O bamba continua na ativa.
Jorge Ferreira
Empresário, poeta, professor, sindicalista e agitador cultural, Jorge Ferreira morreu aos 54 anos, em 2013. Nascido em Cruzília, Minas Gerais, mudou-se para Brasília em 1985. Na capital, fez muitas amizades, ganhou admiradores e clientes fiéis. Aqui, criou um grupo de bares e restaurantes e se transformou em um dos maiores nomes da noite. Jorge fundou 12 dos mais badalados bares do Distrito Federal, entre eles, o Bar Brasil, o Bar Brasília, o Armazém do Ferreira e o Feitiço Mineiro. Os estabelecimentos se tornaram redutos das classes política e artística. Chegou a receber o título de cidadão honorário de Brasília pelo trabalho cultural realizado no Feitiço Mineiro. Escreveu dois livros e gravou um CD com 13 músicas autorais.
Adriana Nunes
A atriz é a única mulher do grupo de comediantes mais famoso de Brasília, Os Melhores do Mundo, que completa 20 anos no ano que vem. A turma é reconhecida nacionalmente, mas é no DF que Adriana e seus companheiros se sentem em casa. "Brasília sempre acolheu nossa arte, com espaços abertos pra gente", conta. Ela, que começou no teatro aos 9 anos, sabe que, com seu grupo de comédia, influenciou o aparecimento de vários outros ; e tem orgulho disso.
Leia a reportagem completa na edição n; 476 da Revista do Correio