Por Ricardo Teixeira
Baixos níveis de vitamina D aumentam em duas vezes o risco de desenvolver a Doença de Alzheimer. Essa é a conclusão de um estudo publicado esta semana no periódico oficial da Academia Americana de Neurologia.
Os pesquisadores já suspeitavam da relação entre o risco de demência e baixos níveis de vitamina D, mas ficaram surpresos com uma relação tão robusta ; o dobro do risco.
Participaram da pesquisa cerca de 1700 voluntários com idade superior a 65 anos. Após seis anos, 10% desenvolveram um quadro de demência, a maioria por Doença de Alzheimer. Aqueles com baixos níveis de vitamina D tinham 53% mais chance de desenvolver demência e o risco era 120% entre aqueles com níveis muito baixos dessa vitamina. Os resultados não eram influenciados por outros fatores que afetam o risco de demência como educação, tabagismo e consumo de álcool.
Já sabemos que o consumo de peixe reduz as chances de demência e da Doença de Alzheimer. Sabemos também que as pessoas têm uma dieta rica em vitamina D têm melhor desempenho cognitivo. Os peixes ricos em vitamina D são praticamente os mesmos ricos em ômega 3 (ex: salmão, atum, sardinha), sendo este último componente nutricional de reconhecida eficácia na melhora do desempenho cerebral e também na capacidade de evitar doenças como o derrame cerebral e a Doença de Alzheimer. E olha que a dieta só contribui com 10% dos níveis de vitamina D - 90% são dependentes de sua síntese na pele por exposição ao sol.
E os efeitos da vitamina D sobre o sistema nervoso não se restringem à nossa capacidade cognitiva. A suplementação de vitamina D aumenta a força muscular e o equilíbrio e, entre os idosos, é capaz de reduzir o risco de queda.
* Dr Ricardo é doutor em neurologia pela Unicamp e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília