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Meu patrão é a internet

Levar o trabalho para casa, para a praia, para o avião, para qualquer lugar é uma das características de ter um negócio virtual. Impor limites é um dos desafios; ter liberdade, a principal vantagem

postado em 19/10/2014 08:00
Levar o trabalho para casa, para a praia, para o avião, para qualquer lugar é uma das características de ter um negócio virtual. Impor limites é um dos desafios; ter liberdade, a principal vantagem
Levar o trabalho para casa, para a praia, para o avião, para qualquer lugar é uma das características de ter um negócio virtual. Impor limites é um dos desafios; ter liberdade, a principal vantagem
Benjamin sai carregando um macaco de pelúcia enquanto a mãe dele, Thamires Gomes, 24 anos, leva sacolas com produtos para postagem. A ida aos Correios é um momento de trégua diante do computador. Quando retorna ao apartamento, ela se conecta novamente para saber o que foi vendido nesse meio tempo, quais os comentários dos clientes, além de analisar o caixa da sua loja virtual de artigos para escritório e decoração.

O que sempre foi uma paixão tornou-se ofício por motivos variados. "Escolhi a internet pela praticidade. Tive o Benjamin e morava em São Paulo. Lá, fazia produção de fotos. Com a gravidez, decidi voltar para Brasília para ficar mais perto da minha família. E queria dedicar bastante do meu tempo para ele, algo que não conseguiria com a minha antiga profissão", lembra. Hoje, além de cuidar do filho e da casa, Thamires está concluindo o curso de artes plásticas na Universidade de Brasília (UnB). Arriscando uma proporção matemática, ela acredita que sobra para a loja virtual 40% de seu tempo, distribuídos de forma a não atrapalhar a rotina familiar.

Empreender na internet nem de longe é ficar um dia inteiro no computador, embora se desconectar seja quase impossível. Abrir um negócio tradicional e virtual carrega diferenças e semelhanças que os aproximam em um ponto: não adianta ter apenas uma ideia. É preciso dedicação. E, mais ainda, aceitar que a vida muda, sobretudo se a escolha for a web. Saem as oito horas diárias, entra o home-office. Saem os fins de semana com folgas regulares, entram as madrugadas respondendo aos clientes. Ao mesmo tempo, resta a árdua, porém gratificante, missão de administrar a própria rotina, sem falar nas providências inerentes ao negócio. No caso de Thamires, ela teve de analisar processos de importação, encontrar um local para manter o estoque, fotografar e descrever o que vende. "Tive de rever coisas que não via desde a escola. Você depende apenas de si mesmo. Tudo passa por mim: da escolha do que será vendido até a chegada do produto à casa do cliente."

Planejar é fundamental
Em meio a computadores e smartphones, métricas de redes sociais e marketing digital, há muito esforço envolvido. Investir na própria ideia e aceitar que o fato de ser o próprio chefe não é um processo automático. É preciso dividir com a internet essa função. O meio dita regras básicas. "Quem pensa em abrir um negócio virtual precisa de um bom plano de negócios, conhecer o mercado, além de estabelecer um nicho dentro dele. Não há como atirar para todos os lados: é preciso conhecer seu público-alvo", adianta Flávia Firme, gerente da unidade de acesso à inovação e tecnologia do Sebrae-DF.

Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do Sebrae, é categórico: "O que vale sempre é planejar. Não é tudo melhor, vai depender do que você vai fazer. Não ter uma loja presencial traz facilidades e reduções de custos, mas, se você vende a mercadoria, precisa ter estoque. Se você é apenas o intermediário, está no meio de uma relação a qual você responde. Um caminho interessante é trazer inovação, criar um nicho, ter algo que não existia. Se for para errar, erre no papel".

Leia a reportagem completa na edição n; 492 da Revista do Correio.

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