No penúltimo dia de São Paulo Fashion Week, oito marcas apresentaram suas apostas de inverno pelo line-up oficial do evento. O dia começou com Patricia Viera e suas peças de couro refinadas na tecnologia: recortes e tressês a laser criaram uma espécie de tela do material que fez vestidos rodados de cintura marcada e saias vazadas. De longe, algumas peças se assemelhavam a um tipo de laise. A coleção também trouxe jaquetas, camisas e saias-lápis. Na cartela, vinho, preto e mostarda roubaram a cena. A apresentação da coleção foi no laboratório de modelagem do curso de design de moda da Faculdade Belas Artes.
O couro também apareceu na coleção de Glória Coelho. Ele veio em mangas de vestidos e calças com recortes a laser, deixando parte da pele à mostra, e em casacos oversized. As maxipeças foram contrastadas a shorts em vinil de corte seco e blusas justas de gola alta. Vestidos e saias curtas fizeram rara aparição entre os desfiles de inverno. O vinil deu brilho e sensualidade em leggings e cintos superlargos marcando a cintura das modelos.
Depois, foi a vez de Fernanda Yamamoto colocar na passarela seu inverno. O olhar da estilista sobre a feminilidade dos anos 1940 e 1950 resultou em vestidos e saias mídi, de corte reto, ora combinadas a blusões, ora a maxicardigãs de volumes e cortes arquitetônicos. Nos pés das modelos, mais uma tendência que vem se firmando na semana de moda paulistas - tudo indica que vai ser hora de se apaixonar novamente pelos oxfords. Algumas estampas foram desenhadas a canetinha pela estilista.
Os tricôs da GIG incorporaram as tendências que já se firmaram para a temporada fria: vieram pantalonas cropped, maxicardigãs coloridos, trabalhados em arabescos e padronagens geométricas e saias de modelagem ajustada em comprimento mídi. Permearam a apresentação ainda vestidos rodados, maxicamisetas e vestidos-camisetas abaixo do joelho, quase todos com decotes pronunciados em V. As peças de comprimento alongado e modelagem ampla parecem mesmo que vão virar vedetes do próximo inverno. A paleta também seguiu o que já se viu por aqui: predominantemente terrosa - marrom, bege e terracota - com pontos acesos, como o verde e o turquesa.
A Têca, de Helô Rocha, veio na sequência, trazendo sua interpretação contemporânea dos tempos medievais. A releitura estava nos detalhes em dourado, nas aplicações de brilhos e veludo molhado em cetins, nas botas de cano longo com amarrações. A coleção veio delicada, com vestidos mídi e curtos, maxicardigãs, formas amplas marcadas na cintura com cintos e coletes usados como blusas junto a saias. Bege, vinho e preto dominaram a coleção e os florais de fundo escuro - o jeito invernal de usar o tema primaveril - deixou mais feminina a passarela.
A coleção de Lino Villaventura veio feminina e festiva. Saias e vestidos de gola alta e comprimento mídi em seda lisa - em vermelho e preto, na maioria -, deram, aos poucos, lugar a glamorosos vestidos brocados, capas de jacquard brilhante, peças rodadas, curtas e bordados de canutilhos. Na alfaiataria, camisas e blazers assimétricos e de leve brilho furta-cor.
A Osklen colocou na passarela uma coleção fiel a seu DNA esportivo e relax, de beleza natural, tênis e sandálias baixas. Alfaiatarias encorpadas - quase como armaduras -, macacões e saias transparentes faziam o contraste leve - pesado. Amarrações e caudas, algo que tem aparecido desde os primeiros desfiles, também tiveram vez na coleção de Oskar Metsavaht. Destaque para as bolsinhas transversaias de couro de tilápia com formato de máquina fotográfica.
O São Paulo Fashion Week termina hoje com os desfiles de 2nd Floor, Acqiastudio, Apartamento 03, Wagner Kallieno, Llas, Amapô e TNG.