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O cérebro dos idosos aprende até mais do que o necessário

postado em 03/12/2014 11:23

Por Ricardo Teixeira

Uma pesquisa publicada esta última semana pelo prestigiado periódico Current Biology mostrou que os idosos têm certa dificuldade em desprezar informações irrelevantes.

Pesquisadores americanos da Universidade de Brown recrutaram dez voluntários com idades entre 67 e 79 anos e outros dez de 19 a 30 anos para fazer um teste de reconhecimento de imagens. Eles eram apresentados a uma seqüência rápida de seis símbolos, sendo dois números e quatro letras. Eram instruídos explicitamente em focar a atenção no reconhecimento dos números. O fundo da tela tinha uns pontinhos que se mexiam e, em um pré-teste, os pesquisadores perguntavam, como quem não queria nada, a direção que estavam os pontinhos no momento que aparecia o número na tela.

Os resultados mostraram que os idosos prestaram muito mais atenção, sem necessidade, no reconhecimento da direção dos pontinhos. Os idosos não foram mal no reconhecimento dos números, mas quando fatores que distraem a atenção foram adicionados, aí o desempenho piorou de forma significativa. Isso sugere que o processo de atenção faz a diferença quando se pensa no menor desempenho cognitivo dos idosos e um treinamento para filtrar os estímulos supérfluos pode ser uma boa tática para desfrutar o melhor que o cérebro tem a oferecer.

Dr. Ricardo é doutor em neurologia pela Unicamp e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília.

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