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Bonecas negras já vendem mais que Barbies na Nigéria

Produtor local procurava por um presente quando decidiu criar uma boneca que se identificasse com as crianças nigerianas

Juliana Contaifer
postado em 23/01/2015 19:29

Produtor local procurava por um presente quando decidiu criar uma boneca que se identificasse com as crianças nigerianas

Na Nigéria, não há espaço para Barbies. No país africano, a moda entre as meninas são as bonecas Rainhas da Africa e Princesa Naija, produzidas por Taofick Okoya. As bonecas seguem o padrão das clássicas da Mattel, mas são negras e foram criadas considerando os três maiores grupos étnicos do país. As roupas também são inspiradas nas vestimentas tradicionais do país e produzidas com tecidos africanos. O produtor e inventor da Rainha da África e da Princesa Naija conta que vende entre 6000 e 9000 bonecas por mês, o que equivale a quase 15% do mercado de brinquedos nigeriano.


Em entrevista a uma revista internacional, Okoya explica que quando as pequenas brincam, elas se enxergam ou se sentem a boneca, vestem os brinquedos com roupas que elas gostam e encenam suas próprias fantasias. "Quanto mais elas se enxergam nas coisas que gostam, mais vão aceitar a própria aparência e a sua cultura", explica. O objetivo agora é fazer as bonecas com mais curvas, cabelos maiores e traços mais marcantes, seguindo as características africanas.


O crescimento das vendas das bonecas de Otoya vem em um momento interessante -- as Barbies tiveram uma queda de 10% nas vendas. Justificando o sucesso do próprio negócio, Okoya conta que o objetivo é empoderar as meninas e, por isso, um seriado de animação e uma linha de livros estão nos planos. "O objetivo não é vender pedaços de plástico moldado, mas também inspirar e criar um senso de apreciação delas mesmas promovendo valores, cultura e tradição", afirma o produtor.

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