Revista

Ciência das relações

postado em 26/03/2015 08:00






Por Ricardo Teixeira*

Ninguém deve discordar que manter viva uma relação com um companheiro/companheira dá trabalho e não existe velocidade cruzeiro nesse processo. Compartilhamos aqui quatro táticas que podem fazer com que esse trabalho seja bem-sucedido.

Seja agradável sempre que puder
O psicólogo John Gottmann, professor emérito da Universidade de Washington, estudou a fundo os fatores que promovem a estabilidade de um casal. Ele filmou o cotidiano de milhares de casais para analisar suas interações e apresentou os resultados de forma quantitativa. Os casais mais felizes têm uma média de cinco interações positivas para cada uma negativa. Essas interações positivas não eram necessariamente atitudes espetaculares, mas um simples balançar de cabeça, discreto sorriso ou sinalização de que está ouvindo o outro.

Pense no que o outro precisa mesmo no meio de uma disputa
Gottmann lembra que podemos aplicar a Teoria dos Jogos nas relações conjugais também. A princípio, se um ganha dois pontos, o outro perde dois. O equilíbrio em que ambas ganham, em que cada um sai com um ponto, aproxima-se mais do equilíbrio de Nash ; John Nash Premio Nobel de Economia. Rubem Alves trouxe a ideia das relações como um jogo de frescobol. Se o outro erra, o prejuízo é dos dois. Por isso, vale a pena jogar a bola com capricho para o outro.

Preste atenção no outro
As pessoas querem a atenção do outro e buscam ativamente essa atenção. Casais satisfeitos com a relação costumam prestar atenção um no outro em 86% do tempo em média. Já aqueles que acabam no divórcio têm essa atenção em 33% das interações. Em vez de prestar atenção no relato dia estressante do outro, a atenção pode estar voltada à tevê.

Enxergue o outro como um copo meio cheio e não como meio vazio
Gottmann também demonstrou que as pessoas que prestam muita a atenção nas falhas do outro são cegas para as virtudes. As pessoas felizes no casamento são aquelas que conseguem ignorar os pontos negativos e valorizar os positivos. Toalha molhada em cima da cama não deve ser suficiente para desmoronar uma relação.

*Dr. Ricardo é doutor em neurologia pela Unicamp e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília.

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