* Por Ricardo Teixeira
Uma pesquisa recente aponta que a música dos quatros cantos do mundo tem mais coisas em comum do que diferenças. Entre essas semelhanças sobressaem os ritmos marcantes que podem funcionar como uma ;cola social;, facilitando a conexão entre membros de um grupo.
Musicólogos de diversos países publicaram recentemente, no prestigiado periódico PNAS, uma análise de 304 músicas de diferentes estilos representando os diversos continentes. Eles selecionaram músicas da Enciclopédia Garland de World Music que inclui músicas instrumentais e canções, tradicionais e contemporâneas. Os pesquisadores analisaram 32 aspectos das músicas como tonalidade, ritmo, forma, contexto social e concluíram que, apesar de uma aparente diversidade, a música de diversos pontos do mundo têm muita coisa em comum.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram experimentos em que voluntários tinham que se exercitar em um aparelho de musculação ora ouvindo uma música de forma passiva, ora ouvindo a música, mas podendo interferir na sua estrutura de acordo com o ritmo que imprimiam no aparelho. Eles ainda eram monitorados quanto ao consumo de oxigênio e a experiência subjetiva do esforço físico.
Quando eles ;produziam; a música, a percepção do esforço era menor e os músculos realmente eram mais eficientes: faziam o corpo consumir menos energia.
* Dr. Ricardo Teixeira é neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília e professor da pós-graduação em divulgação científica e cultural da Unicamp. Escreve às segundas neste espaço.