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Celebra-se hoje o Dia Mundial da Contracepção

Décadas após a criação de diversos métodos contraceptivos, gravidezes indesejadas continuam um problema social e de saúde pública em todo o mundo.

Renata Rusky
postado em 26/09/2015 23:02

Décadas após a criação de diversos métodos contraceptivos, gravidezes indesejadas continuam um problema social e de saúde pública em todo o mundo.

Embora a primeira pílula anticoncepcional tenha sido lançada nos anos 1960, ainda hoje, quase 50% das gestações não são planejadas, segundo estudos patocinados pela empresa farmacêutica Bayer em parceria com organizações não governamentais de todo o mundo que fazem parte da World Contraception Day Coalision. Em 2010, relatório realizado para a data do Dia Mundial da Contracepção, celebrado hoje, chocou ao constatar que cerca de 1/3 dos jovens do mundo acreditavam que o coito interrompido seria suficiente para evitar uma gravidez. Eles acreditavam que retirar o pênis antes da ejaculação seria eficaz como contraceptivos, quando, na realidade, é um método altamente falível.

Os relatórios das pesquisas deste ano para a data não são tão animadores. Eles mostraram que é relativamente constante a quantidade de gravidezes não planejadas pelo mundo ; por volta dos 50% do total - sem grandes variações de acordo com cada continente ou país. O que costuma varias é a idade das gestantes - mais novas nos países mais pobres. Segundo a ginecologista Kai Haldre, diretora do Centro de de medicina Reprodutiva na Clínica de Mulheres do Hospital Central de Talinn, Estônia, a questão deve ser tratada como um problema social, de educação e de saúde pública, já que metade dos casos de gravidez indesejada resultam em abortos ; muitos deles realizados sem segurança.

Haldre é co-autora de um estudo na Unesco de 2011 sobre os custos e sobre as vantagens de programas sobre sexualidade em escolas. Ela conta que na Estônia, havia o medo de que dar informações sobre sexualidade estimularia jovens a terem vidas sexualmente ativas. De acordo com ela, educação sexual vaio além de ensinra a colocar camisinha. "Ensinar sexualidade é ensinar valores. Ensinar sobre doença sexualmente transmissíveis é ensinar biologia", explica.

Na questão social, a situação também é séria, uma vez que os métodos contraceptivos exerceram um papel importante no empoderamento feminino, uma vez que permitiu que mulheres pudessem escolher exatamente quando e se queriam ter filhos. Segundo Haldre, ao engravidar, muitas que pretendiam priorizar os estudos e a carreira ficam impossibilitadas de seguir com os planos de vida iniciais e algumas jamais voltarão a escola.

Opções para todas

Quem tem tendência a tromboses (tenha feito exame que identificou a propensão ou tenha casos na família), pode optar por métodos não hormonais, como o DIU de cobre. Para quem o problema é a memória, existem ; além do DIU de cobre e do hormonal, mais recente - adesivos, anéis e diversas opções que não exigem que se lembre todo dia no mesmo horário de tomar aquela pequena pílula. Existem, ainda aplicativos no celular que ajudam a lembrar.

CEO da Bayer Nordic , Peter Essen, deixa claro que o método de cada mulher deve ser uma decisão principalmente pessoal, com o auxílio de médicos especializados, já que, por exemplo, nem mesmo toda pílula é igual - os hormônios sintéticos usados e as concentrações são diversas ; portanto, o conhecimento técnico é indispensável. Independente da escolha, não se pode esquecer também que a camisinha é o único método que, além de gestação indesejada, evita também a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como aids, HPV e sífilis.

Décadas após a criação de diversos métodos contraceptivos, gravidezes indesejadas continuam um problema social e de saúde pública em todo o mundo.

Para eles

Por enquanto, a iniciativa de evitar a contracepção continua principalmente nas mãos das mulheres, já que o único método ao qual os têm acesso é a camisinha. Tudo indica que há estudos e planos para métodos contraceptivos para serem usados por eles, no entanto, essa realidade ainda parece estar longe. De acordo com o jornal norte-americano Telegraph, um produto injetável não-hormonal e de longa duração deve entrar no mercado dos Estados Unidos entre 2018 e 2020. Batizado de Vasagel, ele teria sido desenvolvido pela Parsemus Foundation.

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