postado em 04/10/2015 08:00
O carioca Marcelo Carnevale, ativista urbano da causa da vizinhança, esteve em Brasília na semana passada. O escritor quer difundir a subversiva ideia de que as cidades "devem acolher a diferença na base da amizade", acreditando que, no microcosmo dos vizinhos, resgata-se uma cidade mais harmônica. O acolhimento pode vir na forma de trabalho voluntário ou na oferta de rede wi-fi ou de um simples copo d%u2019água. No encontro promovido pela Casa 68 (coletivo de artistas, designers e arquitetos que ocupam a vizinhança da 705 Sul), Carnevale trouxe para o debate Carolina Ramalhete (GT de agricultura urbana no DF) e Dalton Camargos (Galeria Alfinete). Ambos apresentaram seus projetos de ocupação dos espaços públicos e como lidam com a vizinhança.
Acho que Marcelo gostaria de conhecer o grupo de vizinhos que protege o Parque das Sucupiras, no Sudoeste. Além de brigarem contra a especulação imobiliária, eles combatem os focos de incêndio, que, nesta época, são uma ameaça ao bioma. A qualquer sinal de fogo, a turma forma uma brigada e segura a barra até a chegada dos bombeiros.
As fotos da coluna de hoje são de várias áreas que arderam em chamas no Plano Piloto nos últimos dias. No Setor de Clubes, parte do cerrado nativo virou cinza e carvão. No Setor Noroeste, idem. É que são lugares sem o amparo de uma vizinhança unida, como a do Parque das Sucupiras.