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Móveis e objetos de inspiração oriental são a aposta da vez

A noção de equilíbrio e economia espacial, muito presente em culturas orientais, brilhou no último Salão do Móvel de Milão

Não há dúvidas: o design oriental está na moda. Destaque no Salão do Móvel de Milão deste ano, designers e arquitetos do outro lado do planeta adotam conceitos diferentes dos nossos. Minimalistas, estão habituados a espaços muito pequenos e, por isso, não só optam por ambientes com menos objetos, como escolhem a dedo o que entra em casa. Nada dos bibelôs clássicos da decoração brasileira ; lá, de fato, menos é mais.

"Na verdade, estamos tentando redescobrir uma forma de trazer para dentro de casa ambientes mais calmos", explica Breno Abreu, professor de design de interiores do Iesb. "Estamos procurando, cada vez mais, qualidade de vida." A falta de espaço, característica de alguns países orientais, acabou sendo a responsável por estimular a criatividade do design de interiores ; os móveis mais baixos dão a sensação de amplitude ao ambiente e o design deve ser funcional.

Para os orientais, casa é sinônimo de repouso e renovação de energia. "O estilo de vida é mais leve, e a arquitetura segue com formas mais marcantes, voltadas à natureza. São toques mais neutros com cores vibrantes, como o vermelho. Há muito equilíbrio. O desenho dos móveis é mais clean", explica a arquiteta Mônica Pinto. Breno Abreu conta que essa relação próxima à natureza está não só nos materiais (a madeira é onipresente) ; as flores e representações de vegetações compõem também a estamparia de tapetes e papéis de parede.

O estilo oriental é muito diferente do brasileiro, mas Mônica conta que é possível, sim, fazer um mix das inspirações. Não significa necessariamente usar uma cama baixa, mas o uso de alguns materiais, como bambu, madeira e papel, ajuda a trazer um ar nipônico. "É possível fazer concessões ; os móveis mais baixos não funcionam bem aqui, mas o uso de um tatame na entrada e um armário no qual as pessoas possam deixar os sapatos perto da porta são boas opções", conta a arquiteta. Além disso, janelas amplas, iluminação e ventilação natural, além de algumas plantas, são essenciais para conseguir o efeito calmante que as casas do outro lado têm.