Savio Drew*
postado em 15/06/2017 13:42
Looks grafitados são o novo hit da moda de rua. Disseminada pelo movimento punk nos anos 1970, a prática de escrever e desenhar em roupas tinha uma estética mais underground. De volta ao street style, porém, ganha novo público e nova filosofia. Em movimento contrário ao fast fashion, conquista aqueles que procuram itens com mais personalidade e exclusividade ; afinal, trata-se de uma peça artesanal.
Antes encarada como vandalismo, a arte urbana passou a ser vista como algo sofisticado e cool, alcançando galerias de arte a até museus. E com a moda não podia ser diferente. O grafitismo conquistou as passarelas internacionais e peças de grifes tradicionais se tornaram ainda mais objetos de desejo. Jeremy Scott, estilista da marca Moschino, na coleção outono-inverno 2016, apresentou vestidos de festa grafitados e clutches que imitavam latas de spray.
A Gucci também entrou na onda. Na coleção outono-inverno 2016/1017, o diretor criativo da tradicional grife italiana, Alessandro Michele, convidou o artista Trouble Andrew ; que na parceria ganhou o nome de GucciGhost, em uma alusão ao GG da marca ; para grafitar bolsas e casacos.
Antes encarada como vandalismo, a arte urbana passou a ser vista como algo sofisticado e cool, alcançando galerias de arte a até museus. E com a moda não podia ser diferente. O grafitismo conquistou as passarelas internacionais e peças de grifes tradicionais se tornaram ainda mais objetos de desejo. Jeremy Scott, estilista da marca Moschino, na coleção outono-inverno 2016, apresentou vestidos de festa grafitados e clutches que imitavam latas de spray.
A Gucci também entrou na onda. Na coleção outono-inverno 2016/1017, o diretor criativo da tradicional grife italiana, Alessandro Michele, convidou o artista Trouble Andrew ; que na parceria ganhou o nome de GucciGhost, em uma alusão ao GG da marca ; para grafitar bolsas e casacos.
Arte candanga
A influência das latas de spray também aportou em terras candangas. Na capital federal, pelo menos dois grafiteiros têm se destacado no cenário artístico e no fashion design. Mikael, 23 anos, começou ainda criança a ter interesse pelo estilo ártico. Ao folhear revistas com trabalhos de outros artistas, definiu seu estilo, inspirado na banda Gorillaz. ;A música que envolvia os personagens dos clipes era algo que chamava muito minha atenção;, justifica.
Ao observar um cego pegando um ônibus, Mikael teve a ideia de criar a personagem que o representa: a Onika, uma garotinha cega que também não tem nariz nem boca. ;O fato de ela não ter visão, boca e nariz é para mostrar que a Onika não julga as pessoas pelo cheiro ou pela aparência e, sim, pela pureza; esclarece.
Outro artista que tem ganhado visibilidade nesse cenário é Daniel Moraes, 26. Mais conhecido como Daniel Toys, ele conta que a arte está presente em sua vida desde os 13 anos e, por conta do skate, o grafite passou a fazer parte do seu estilo. Formado em publicidade, o artista percebeu, ainda na faculdade, que podia fazer um trabalho mais comercial com o grafite.
Buscando uma maneira de se comunicar com as pessoas, Daniel deixou de grafitar a palavra Toys para ressignificar sua marca. Assim, surgia o personagem Toys. ;O desenho é muito mais simpático para comunicar do que a palavra. Muitas pessoas não entendem o que está escrito ali e, com a imagem do personagem, é possível ter várias interpretações da minha mensagem.;
Jeans personalizado
Daniel e Mikael têm colaborado com a moda, customizando bolsas, jaquetas, tênis e outros itens do vestuário e, assim disseminando esse tipo de manifestação artística, que não se limita a pinturas em muros. ;Tem artista que não se satisfaz apenas na rua. Ele sente a necessidade de explorar novas plataformas.;
Como Brasília é uma cidade com poucos muros, Mikael e Daniel estão se adaptando e alcançando todas as classes sociais ao transformar jaquetas jeans em muros. Recentemente, ao lado de outros artistas da cidade, abriram a Casa de Rua. Situado no Guará I, o espaço funciona como ateliê dos criadores e oferece todo o lifestyle do grupo. Na casa, é possível comprar produtos como camisetas e quadros e conhecer mais sobre o universo dessa arte que promete tomar conta da capital.
(*) Estagiário sob supervisão de Sibele Negromonte