Sibele Negromonte
postado em 18/06/2017 08:00
Quando um dos mais antigos e tradicionais restaurantes da cidade se une a um bar moderninho, recém-inaugurado e que funciona em um contêiner, o resultado é a criação de um espaço que é a cara de Brasília. Localizada na Asa Norte, a Praça Contém reflete uma tendência entre os brasilienses: a vontade de ocupar os espaços da capital e o orgulho de poder, finalmente, ostentar uma identidade candanga.
Essa história começou quando o produtor cultural Sandro Biondo, criador da badalada festa Mimosa, decidiu montar um espaço físico que concentrasse boa música, drinques refrescantes e comidinhas saborosas. Tudo isso de forma descontraída e em um projeto arquitetônico único. Assim, surgia o MimoBar e Café.
Em uma visita a Berlim, na Alemanha, Sandro ficou impactado com a invasão dos contêineres na vida urbana da cidade ; ora funcionando como galeria de arte, ora como bar, restaurante e até moradia. Ao pesquisar sobre essa tendência, descobriu que os contêineres têm uma vida útil média de navegabilidade de 10 anos. Passado esse tempo, precisam ser aposentados. Vanguardistas, os europeus encontraram um jeito de transformar o que seria um problema ambiental em solução prática, moderna e econômica.
Sandro logo percebeu que tal filosofia tinha tudo a ver com Brasília e decidiu ir atrás de um contêiner para chamar de seu. No início do ano, a estrutura de metal, que navegou pelos mares caribenhos, aportou em terras candangas. Para abrigá-lo, o produtor alugou um terreno entre os blocos B e D da 105 Norte, onde funcionava um estacionamento. Colocou brita, espalhou cadeiras de praia, almofadas sobre pallets e tonéis de alumínio para servir de mesa de apoio. Passou a agitar a cena cultural, promovendo eventos variados, como projeção de filmes, feira de adoção de pet, concurso de bambolê. ;Temos várias ideias;, garante.
Como chegou ao lugar meio que de paraquedas, Sandro resolveu fazer a política da boa vizinhança e explicar aos lojistas e moradores da quadra como funcionaria o espaço. ;Aqui, é um lugar para o happy hour. É um bar do dia, não de festa. Respeitamos a Lei do Silêncio e, impreterivelmente, fechamos às 22h.; A praça, que abriga ainda um outro contêiner com lojas colaborativas, também é provisória. Uma das vantagens do contêiner é que ele pode ser facilmente desmontado e levado para outro lugar. ;A ideia é que o MimoBar seja itinerante. Saímos daqui em agosto e devemos percorrer outros pontos da cidade;, explica.
Em uma visita a Berlim, na Alemanha, Sandro ficou impactado com a invasão dos contêineres na vida urbana da cidade ; ora funcionando como galeria de arte, ora como bar, restaurante e até moradia. Ao pesquisar sobre essa tendência, descobriu que os contêineres têm uma vida útil média de navegabilidade de 10 anos. Passado esse tempo, precisam ser aposentados. Vanguardistas, os europeus encontraram um jeito de transformar o que seria um problema ambiental em solução prática, moderna e econômica.
Sandro logo percebeu que tal filosofia tinha tudo a ver com Brasília e decidiu ir atrás de um contêiner para chamar de seu. No início do ano, a estrutura de metal, que navegou pelos mares caribenhos, aportou em terras candangas. Para abrigá-lo, o produtor alugou um terreno entre os blocos B e D da 105 Norte, onde funcionava um estacionamento. Colocou brita, espalhou cadeiras de praia, almofadas sobre pallets e tonéis de alumínio para servir de mesa de apoio. Passou a agitar a cena cultural, promovendo eventos variados, como projeção de filmes, feira de adoção de pet, concurso de bambolê. ;Temos várias ideias;, garante.
Como chegou ao lugar meio que de paraquedas, Sandro resolveu fazer a política da boa vizinhança e explicar aos lojistas e moradores da quadra como funcionaria o espaço. ;Aqui, é um lugar para o happy hour. É um bar do dia, não de festa. Respeitamos a Lei do Silêncio e, impreterivelmente, fechamos às 22h.; A praça, que abriga ainda um outro contêiner com lojas colaborativas, também é provisória. Uma das vantagens do contêiner é que ele pode ser facilmente desmontado e levado para outro lugar. ;A ideia é que o MimoBar seja itinerante. Saímos daqui em agosto e devemos percorrer outros pontos da cidade;, explica.
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Foi justamente ao fazer esse trabalho de relações-públicas que Sandro conheceu dona Lucimar Calil e o filho Marcelo Calil, vizinhos da Praça Contém. Começava ali um noivado que tem tudo para se tornar um casamento duradouro. Como no contêiner não há espaço para cozinha ; apenas um forno para preparar finger food ;, veio a ideia de os dois, proprietários do Pamonhão Kalú, fornecerem comidinhas também para o MimoBar.
O restaurante do qual mãe e filho estão à frente é o quarto mais antigo de Brasília. Inaugurado em fevereiro de 1973 pelos pais da dona Lu, o sírio Kacer Calil e a mineira Luzia Maria da Costa, o lugar funciona no mesmo endereço, na 105 Norte, há 34 anos. ;Antes, passamos 10 anos na quadra do Beirute, na Asa Sul;, recorda-se a matriarca. ;O Kalú é fruto das iniciais dos nomes da minha mãe e do meu pai;, orgulha-se.
Marcelo, o filho mais velho, literalmente cresceu na cozinha do pamonhão. ;Aos 8 anos, ele já ficava sozinho no restaurante, atendendo os clientes;, conta a mãe. O prazer pelas panelas, portanto, ocorreu naturalmente. ;Nunca ninguém me ensinou a cozinhar. Aprendi observando a minha avó e a minha mãe;, conta o rapaz, que também é tatuador e artista plástico. Dona Lu também segue firme e forte na cozinha. ;Aqui, tudo é feito na hora.;
Hoje, o herdeiro de dona Luzia e dona Lucimar não só comanda as panelas da casa, como faz experimentos para o cardápio. É dele, por exemplo, a receita do Dadinho de milho com geleia de pimenta, servido no MimoBar e cuja receita ele brinda a coluna ; uma ótima pedida para as festas juninas. Mas no pamonhão há também pratos servidos desde a inauguração, como as famosas coxinhas de milho, criação de dona Luzia, o empadão goiano, a pamonha e tantas outras delícias regionais. Lá, é servido ainda almoço e churrasquinhos, sopas e caldos à noite.
;Acho que esse nosso encontro foi uma conspiração do cosmos;, resume Sandro Biondo. ;Ter o Pamonhão Kalú, que é a cara de Brasília, como parceiro de um projeto de ocupação da cidade é fantástico;, completa. E esse casamento tem tudo para ser duradouro, mesmo com a data marcada para o encerramento das atividades na praça. ;Para onde o MimoBar for, nós vamos atrás;, garante Marcelo. E que sejam felizes para sempre.
Dadinho de pamonha com geleia de pimenta
Os dadinhos
Ingredientes20 espigas de milho verde
300g de bacon
3 ovos
1 colher de sopa de farinha de trigo
2 colher de sopa de sal
1 maço de cebolinha verde
1 cebola-de-cabeça
Modo de preparar
Rale o milho, corte o bacon e a cebola em cubos, e a cebolinha bem fininha.
Em um recipiente, coloque todos os ingredientes e misture bem.
Espalhe a massa em uma assadeira untada e leve ao congelador.
Depois de congelado, corte em cubos e frite em óleo quente.
A geleia
Ingredientes4 pimentas dedo-de-moça, sem sementes e picada
1 maçã descascada e ralada
1 xícara de açúcar
200ml de suco de laranja
2 dentes de alho
1 pitada de sal
Modo de preparar
Em uma panela, coloque todos os ingredientes e leve ao fogo médio, mexendo de vez em quando.
Cozinhe até adquirir ponto de geleia.
Sirva ao lado do dadinho.
Serviço
MimoBar e Café
Comércio Local da 105 Norte
Pamonhão Kalú
105 Norte, Bloco D, Loja 3Telefone: 3273-7967
Aberto de terça a domingo, das 11h às 23h