Marília Padovan
postado em 06/08/2017 08:00
A prática de exercícios entre pai e filho pode ser uma grande oportunidade de desenvolver, ou melhorar, a relação entre os dois, além de descobrir algo que possa trazer bem-estar e diversão para ambos. Para isso, não é preciso quebrar a cabeça! Basta pensar nas atividades que os dois mais gostam de fazer ; pode ser na água, ao ar livre ou com a bola, por exemplo. Assim, será mais fácil definir qual dinâmica dará prazer tanto para o pai quanto para o filho.
Esse foi o caso do servidor público José Célio Gonçalves, 47, que, há um ano, viu na patinação a chance de ganhar mais saúde e de desfrutar mais tempo ao lado do único filho. ;Eu sempre quis aprender, mas nunca me dei a oportunidade. Meu filho também queria, mas tinha medo.; Eles tomaram coragem, compraram os equipamentos e encararam as inseguranças, ou melhor, as pistas. Rafael, 9, faz tênis e natação. Já o pai investe na musculação. Dessa forma, o desafio sobre patins surgiu para complementar a rotina de exercícios e garantir a diversão da dupla. ;O esporte é uma ótima chance de aproximar os filhos. Aproveitem e abracem essa oportunidade, principalmente, enquanto eles ainda são crianças.;
Muito apegados um ao outro, o pequeno garante que gosta bastante da aventura em companhia tão especial. ;É bom passar tempo com ele e também aprender junto.; Em cima do patins, eles se ajudam e compartilham a inexperiência. ;O medo do Rafael cair não é diferente do meu, mas ele vê que eu sigo firme e segue junto. Isso ajuda muito na autoconfiança dele;, explica José Célio.
Na verdade, não importa a idade em que se estabelece a parceria. Por coincidência de horário, o aposentado João Cahuê Flores, 63, e o filho João Lucas, 24, encontraram nas aulas de exercícios funcionais a oportunidade de conhecerem uma modalidade nova e manterem o corpo em atividade. No ano passado, o pai decidiu incentivar o arquiteto a voltar à rotina de exercícios, pois estava sedentário desde que começou a faculdade. Fizeram as aulas juntos durante alguns meses e o maior ganho era o de poder estar ao lado um do outro. ;Sempre fomos bem próximos, então, foi um bônus, um grande benefício;, conta o pai.
João Cahuê destaca também a importância de investir no tempo em dupla, pois, com as horas curtas e o crescimento dos filhos, a tendência é que a rotina não permita muitos momentos em família. Hoje, os dois já não frequentam as aulas de funcional, mas sempre que podem abrem espaço na agenda para investir em outras atividades. ;Quando dá certo, também vamos ao lago fazer stand up paddle (SUP) ou canoagem. Além disso, temos o convívio em casa, que é essencial;, relata o arquiteto. Entre as outras atividades que já praticaram ao lado do outro durante a vida, estão a natação e a montaria de cavalos.
Mergulhe junto
Diferentemente de João Cahuê e João Lucas, a relação do bancário e contador Fábio Ancelmo, 35, com a pequena Marina, de 1 ano, está apenas começando. Desde os 6 meses, uma vez por semana, ela faz aula de natação e esse é o momento de o papai acompanhá-la. Tudo começou como uma forma de estimular o crescimento do bebê, mas, com o tempo, se transformou em uma atividade divertida entre pai e filha. ;É muito legal estar ao lado dela, até por causa da correria do dia a dia e do fato de ela dormir cedo e eu chegar tarde. Então, ter essa chance, é ótimo. É o nosso momento!”
A filhota ainda não pode falar, mas, durante as aulas, mostra o quanto aprecia a atividade. ;Ela adora. Fica superfeliz e até mergulha;, orgulha-se o pai. Para Fábio, a presença dele na piscina também serve como estímulo para a filha, dá mais segurança a ela e aumenta o vínculo entre os dois.
A professora do programa baby da Companhia Athletica, Janete Barbosa, explica que a participação do pai na atividade é fundamental, pois os bebês os têm como espelho. E, nas aulas, isso não é diferente: os pais fazem os movimentos e geram estímulo para que os pequenos os reproduzam sozinhos.
Na natação para bebês, trabalham-se o mergulho; o equilíbrio; a flutuação; os saltos; a rotação de braço, no movimento crawl e costa, além de focar no desenvolvimento motor da criança, tendo repercussão durante toda a vida. E tudo isso é feito com a ajuda dos pais, o que também influencia o lado socioafetivo da criança. ;Sabemos que o amor de pai é incondicional, porém, nas aulas, isso fica bem explícito. Podemos observar os laços afetivos em todos os movimentos e atividades;, explica a professora. Fábio concorda e deixa um lembrete para os outros pais: ;É importante estar com os filhos, estar junto e querer participar. É bom para a relação dos dois e para o desenvolvimento da criança;, finaliza.