postado em 14/08/2017 12:03
A perda de cabelo é um dos efeitos colaterais mais associados à quimioterapia. Na prática, ele não pode ser o pior deles, mas assusta, principalmente, as mulheres. Segundo o médico oncologista Fernando Vidigal, diretor do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), muitos chegam a recusar o tratamento pelo medo de enfrentar a alopécia. ;A quimioterapia ainda é um dos pilares do tratamento de pacientes com câncer, e a perda de cabelo é uma grande preocupação de quem precisa passar por isso;, afirma Vidigal. Ele explica que ficar sem as madeixas é um aspecto que reforça a lembrança da doença e mexe com a autoconfiança do paciente, afetando a vida dele do ponto de vista psicológico, social e profissional.
Atualmente, há um método disponível somente no Cettro, para evitar que os fios caiam. O tratamento é feito por meio do resfriamento da cabeça. Para isso, uma touca térmica é colocada no paciente a uma temperatura de cerca de 17;C, meia hora antes de começar a sessão, até, no mínimo,o fim do procedimento.O tempo varia de acordo com o medicamento usado, mas não passa de duas horas e meia.
A tecnologia pode reduzir a perda de cabelo em até 30% e já houve casos de não ter sido notado qualquer sinal de alopécia. Em dezembro do ano passado, foi apresentado um estudo sobre o uso da touca no Simpósio de Câncer de Mama de San Antonio, nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, mais de 50% das pacientes (todas com câncer de mama em estágios 1 e 2) que foram submetidas ao tratamento de resfriamento mantiveram seus cabelos.
O frio faz com que os vasos sanguíneos se contraiam e, por isso, menos sangue circule na área. Dessa forma, menos quantidade da droga chega, o que reduz a ação dela sobre os folículos capilares e, consequentemente, a queda de cabelo. Tradicionalmente, os fios caem porque o tumor é uma célula que se multiplica muito rápido, desenfreadamente. Na tentativa de pará-la, atinge-se também outras células com a característica de se multiplicar rapidamente, como as de cabelo.