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Crossfight promete conquistar brasilienses com aulas metabólicas

Modalidade criada por um lutador de muay thai e MMA, o crossfight reúne treinamento físico funcional com movimentos de artes marciais

Carolina Militão*
postado em 20/08/2017 08:00
Uma aula de crossfight tem o poder de queimar até 1.200 caloriasFebre nas academias, o crossfit conquistou os apaixonados por treinos intensos. Agora, o crossfight promete se tornar o queridinho entre os malhadores de plantão. Trata-se de uma modalidade que integra o treinamento físico funcional com movimentos de artes marciais, como muay thai, boxe, jiu-jítsu, wrestling e MMA. O praticante pode perder até 1.200 calorias quando a aula é bem executada.

O fight foi criado em 2013 pelo goiano, atleta e treinador de muay thai e MMA Leonardo Lívio. ;Tive a ideia no momento em que a procura pelas aulas de artes marciais passaram a ser para emagrecer. Então, fiz a junção do funcional com as lutas;, pontua.

Segundo Lívio, as aulas de crossfight são feitas com a carga do peso corporal, cujo objetivo é trabalhar com o máximo de intensidade todos os grupos do corpo ; membros superiores e inferiores ; sem fazer o uso de levantamento de peso. As aulas são metabólicas, pois elevam os batimentos cardíacos e fazem com que a queima de gordura seja mais ágil.

As aulas de crossfight ocorrem em circuitos. Movimentos de artes marciais, como jab, direto, chutes circulares, frontais, joelhadas, cotoveladas e spraw (simulação de defesa de queda) são associados a flexões, agachamentos, saltos na caixa, abdominais, barras, corrida, medicine ball, elásticos, entre outros.

Intensa, a atividade auxilia no ganho de condicionamento físico e cardiorrespiratório, aumenta a força, reduz o percentual de gordura, contribui para o ganho de massa muscular magra e de equilíbrio, melhora o alongamento e a flexibilidade, além de aliviar o estresse.

Cuidados

É importante, porém, que os praticantes se submetam a uma boa avaliação médica (cardiológica e ortopédica) e funcional para medir a capacidade cardiopulmonar, além de diagnosticar fatores de risco de lesões ortopédicas, como assimetrias, encurtamentos, fraquezas nas musculaturas ou alterações de padrões específicos de movimento. ;A investigação possibilita a prevenção da ocorrência de danos ao corpo;, alerta Marco Balduíno, especialista em medicina do esporte e do exercício do Instituto de Medicina do Movimento de Brasília.

Para Maurício Peixoto, fisiologista e especialista em treinamento funcional pelo Instituto Australiano de Coach em Treinamento, a junção dos movimentos funcionais e de luta melhora o metabolismo dos praticantes e ajuda em fatores hormonais ; aumento da testosterona, redução do cortisol e dos níveis de glicose ; e psicológicos, como elevação da endorfina, melhora da autoestima, da disciplina, da socialização e da consciência corporal.

Os treinos de crossfight duram, em média, de 45 minutos a uma hora, dependendo do nível de aptidão física do aluno. Antes de iniciarem a prática, é necessária a realização da Análise Técnica de Performance (ATP), que é a aferição das medidas corporais e a verificação do nível de condicionamento físico. ;Por meio desse teste, definimos o nível de intensidade de treino de cada aluno;, enfatiza Ana Luiza de Souza, fisiologista e cinesiologista do exercício.

Resultados

O gestor público Gustavo Furtado, 20 anos, é adepto de outras atividades físicas, mas aderiu ao crossfight por causa do gasto calórico, por ajudar na coordenação motora, na concentração e por conta do foco em golpes de lutas. ;Sempre pratiquei lutas marciais e esse foi um dos pontos-chaves que me motivou a fazer esse esporte.;

A ATP potencializa os resultados e contribui para o alcance dos objetivos de cada aluno, já que a alta intensidade dos treinos causa um efeito de queima de gordura mesmo com o corpo em repouso. Daí, a importância de descansar, pelo menos um dia, entre cada treino. ;No dia de pausa, o aluno pode optar por realizar outra atividade, como exercícios aeróbicos ou uma aula de luta;, acrescenta Ana Luiza de Souza.

Rodrigo Sousa Filho, 23, engenheiro civil, pratica musculação desde 2010, mas, há seis meses iniciou o crossfight. Ele sempre incentiva a prática entre os amigos, já que gosta da modalidade. ;Desde que comecei essa atividade, adquiri mais condicionamento físico. As aulas são mais práticas, o que me anima muito.;

De fato, as aulas são desenvolvidas de forma dinâmica e é uma modalidade indicada para todas as idades. Porém, cada pessoa deve ter direcionamentos e cuidados distintos. Thiago Dezingrini, especialista em musculação e treinamento de força da UnB, alerta sobre a observação dos movimentos. ;Devemos ficar atentos à execução dos exercícios dentro da técnica perfeita e prezar por segurança e resultados.;

Lana Moraes, 30, advogada, descobriu a atividade há poucos meses e sente um prazer indescritível. A experiência foi um desafio, porque só fazia caminhada em academias ou em centros de treinamento. ;Eu me sinto revigorada após as aulas. Lá, extravaso, desconto meu dia ruim nos exercícios.;

Como em qualquer atividade física, a alimentação é ponto fundamental para obtenção de resultados. Segundo a presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal (ANDF), Simone Cunha, é imprescindível adotar bons hábitos alimentares, respeitando as características individuais e dos treinos. Outro fator importante é o monitoramento e a avaliação física, pois o atleta acompanha a evolução e vê a melhora na performance.

A dieta do praticante dessa atividade deve conter alimentos ricos em carboidratos complexos, de boa qualidade, como massas, pães integrais e tubérculos ; batatas (doce e baroa), mandioca, entre outros. Proteínas também são essenciais, pois possuem um alto valor biológico, tais como: peixe, carne vermelha, ovos, leguminosas, vitaminas e minerais (frutas vermelhas e folhas escuras). ;A boa alimentação previne problemas associados aos treinos, que podem desencorajar a prática;, aponta.
Um box, com escritas em cor preta e branca, com dicas nutricionais


* Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

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