
Partindo da provocação da autora, nos últimos anos, o consumismo tem sido frequentemente discutido, e o clichê “menos é mais” continua em ação para inspirar várias mulheres a diminuírem a quantidade de roupas no closet e adaptarem o estilo com peças curingas e coordenadas entre si.
Esse é o chamado armário cápsula. Como o nome já sugere, é algo menor, reduzido, compacto. Por meio de um olhar mais prático, esse tipo de guarda-roupa pede peças básicas “tem-que-ter”.
Para a consultora de imagem Andrea Oliveira, a tendência é uma iniciativa que reavalia a relação das pessoas com as roupas. Ela conta que a busca por um guarda-roupa compacto tem aumentado na lista de clientes. “O que eu vejo hoje é que as pessoas estão procurando simplificar a vida, e otimizar o armário faz parte disso. Tenho muitas clientes que compram por impulsividade e investem em peças que vão ficar muito tempo paradas na prateleira. Não compensa.”
Para Andrea, o segredo é investir em peças do dia a dia, as que se usam mais, e olhar para o guarda-roupa com criatividade. “É melhor ter qualidade do que quantidade. Refazer o armário e olhar para as peças com outro olhar é essencial”, recomenda.
Como começar um armário cápsula
1 - Exercite o desapego. A vida é muito curta para usar peças que não combinam com você. O essencial não se encontra em grande quantidade.
2 - Separe uma hora por semana para dar uma limpa no closet. Mudar o hábito do consumo e se apegar apenas ao necessário é um processo e uma forma de autoconhecimento.
3 - Invista em acessórios. Mesmo com menos peças de roupa, você pode repeti-las de uma forma original, acrescentando adereços diferentes a cada vez.
4 - Tenha mais peças de cima do que de baixo. Não gaste muito comprando calças e saias. As combinações variam mais com blusas e camisetas. A chance de acerto é maior.
5 - Para dar início ao guarda-roupa cápsula, atente às peças principais: camisa básica, calça básica (seja jeans, seja alfaiataria), saia, casaco ou colete e acessórios. Lista feita, hora de recomeçar!
Fonte: Andrea Oliveira
Básica ou colorida?

Com dois filhos pequenos e grávida do terceiro, decidiu se desfazer de várias peças e ficar com as mais básicas. “Tudo tinha que caber em uma mala só. Então, a primeira coisa que fiz foi tirar tudo do cabide e separar em uma pilha o que eu amava vestir e me sentia bem”, explica. “Ainda assim, optei pelos mais básicos na hora de escolher. Fujo de estampa colorida, por exemplo.”
Já Ana Garcia optou pelas cores. A economista de 26 anos também decidiu abandonar o consumismo e virar a página. O diferencial do seu armário são as estampas: a maioria das peças tem cor e padronagem. “De básico, tenho só uma camiseta branca e uma calça legging preta. De resto, é tudo estampado. Mesmo assim, consigo combinar absolutamente todas umas com as outras”, diz.
Andrea Oliveira concorda: o guarda-roupa cápsula não precisa se resumir a peças brancas, pretas e cinzas. “As roupas vão além das cores neutras. O armário pode e deve ter várias estampas e acessórios. O importante é que dialoguem com a identidade da pessoa.”
Economia
Com a mudança de hábito, Ana afirma que ter o guarda-roupa cápsula impactou diretamente na vida financeira. Ela confessa que costumava comprar de quatro a cinco peças por mês. E isso resultava em um gasto de R$ 5 mil a cada três meses, em média. Em setembro passado, após refletir sobre seu consumo excessivo e a necessidade de esvaziar o closet, decidiu, por si mesma, mudar. Tirou tudo o que não usava e reduziu o espaço a apenas 33 peças.
“Tenho uma cápsula a cada três meses e já estou na minha segunda. A meta é ter uma permanente de 50 peças apenas”, relata. Além da economia de dinheiro, Ana teve seu tempo otimizado. “Não gasto mais tempo em frente ao armário tentando decidir o que vou vestir. Como todas as peças combinam, é muito prático decidir a roupa do dia e isso otimiza minha rotina.” n
Para se inspirar

O blog Minimallista, da brasileira Natália Grazziotin, também segue a mesma linha. A blogueira ensina como montar um estilo de vida simples com um guarda-roupa mínimo, além de dar dicas de consumo consciente, bem-estar e organização (www.minimallista.com.br)
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte