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Estudo demonstra que a inteligência artificial pode aprender a cooperar

Pesquisadores da Universidade de Brigham Young University nos EUA, em conjunto com cientistas de diversas partes do mundo, desenvolveram um aplicativo direcionado à cooperação e não à competição e os resultados foram publicados recentemente pela revista Nature Communications

*Por Dr. Ricardo Teixeira
postado em 23/01/2018 12:43
Temos um razoável corpo de incríveis façanhas dos computadores em jogos de competição, como por exemplo xadrez ou pôquer, mas muito pouco sobre sua capacidade em cooperar e se comprometer com o outro. E foi isso que os pesquisadores conseguiram mostrar ser possível e até com mais eficiência que o homem. É como se tivessem construído computadores com habilidades sociais.

Os pesquisadores testaram esse algoritmo chamado de S# em jogos de dois participantes e compararam o desempenho entre as interações máquina-máquina, homem-máquina, homem-homem. Os jogos refletiam problemas de cooperação estudados pela psicologia, economia e ciências políticas. Na maioria das vezes, a máquina foi mais eficiente que o homem quando se media resultados em que ambas os participantes eram beneficiados. O par máquina-máquina cooperou mais que homem-homem ou homem-máquina.
Pesquisadores da Universidade de Brigham Young University nos EUA, em conjunto com cientistas de diversas partes do mundo, desenvolveram um aplicativo direcionado à cooperação e não à competição e os resultados foram publicados recentemente pela revista Nature Communications
O algoritmo foi desenvolvido para não enganar, algo que metade dos homens fizeram durante os experimentos. Se não fosse por esse fator, os humanos teriam alcançado resultados semelhantes aos das máquinas. Para isso eles precisariam ser honestos e leais uns com os outros.

As máquinas ainda foram programadas para dizer frases que incentivavam atitudes cooperação (e.g., ótimo, estamos ganhando) e desencorajava ações competitivas com a máquina (e.g., você vai pagar por isso). Essas pequenas frases duplicaram o nível de cooperação dos humanos e eles frequentemente não sabiam dizer se estavam jogando com outra pessoa ou uma máquina.

É claro que esses resultados trarão grandes implicações no futuro das relações humanas. Em nossa sociedade, as relações humanas são quebradas a todo instante. Amigos de toda uma vida tornam-se inimigos, parentes viram as costas uns para os outros, e se a máquina pode nos ajudar a sermos mais cooperativos e comprometidos, por que não?

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