Renata Rusky enviada especial
postado em 04/03/2018 07:00
O pré-natal tem episódios que costumam deixar os pais ansiosos. Alguns deles são mais aguardados por seu valor sentimental: a descoberta do sexo ; seja por meio do sangue, feito nas primeiras semanas, seja por ecografia, com a gestação um pouco mais avançada ;, as primeiras batidas do coração, o primeiro ultrassom. Outros momentos são esperados por sua necessidade em saber a quantas anda a saúde do bebê. Um dos mais importantes é o ultrassom morfológico, um exame feito entre a 11; e a 14; semana de gestação.
É nele que é feita a translucência nucal, por meio da qual é possível identificar a possibilidade de anomalias cromossômicas, entre elas a síndrome de Down e malformações cardíacas. Mas ele não dá diagnóstico. ;É apenas mais um marcador biofísico do ultrassom morfológico. Isoladamente, não indica nenhuma conduta. Deve ser avaliado com outros marcadores biofísicos do feto, marcadores bioquímicos e idade materna. Se esses dados em conjunto indicarem um risco aumentado para cromossomopatias, podem ser indicados testes para o diagnóstico pré-natal;, explica Michele Migliavacca, médica geneticista do Laboratório Exame.
Para a especialista, diagnóstico durante a gestação permite que o casal se prepare emocionalmente para receber uma criança com necessidades especiais, além de garantir que o parto seja realizado em maternidade que tenha unidade de tratamento intensivo neonatal e equipe especializada.
Se não é identificada quantidade maior de líquido na nuca do feto, o pré-natal pode seguir a rotina. Caso contrário, devem ser feitos mais exames. Até porque há falsos positivos, quando, apesar de a medida de volume ser maior do que o normal, não há nenhuma alteração cromossômica no bebê. Por isso mesmo, só a translucência nucal não basta. Há exames, invasivos ou não, e cabe à paciente, com o médico, decidir por um ou por outro.