<div style="text-align: justify">Um estudo do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (HVet) para avaliar as doenças mais frequentes entre os atendimentos realizados mostra que a anemia é um sinal clínico comum em doenças inflamatórias, infecciosas, renais e até mesmo nos traumas sofridos pelos felinos. As doenças infecciosas aparecem em primeiro lugar na pesquisa, com 32%, seguida de traumas (28%) e processos inflamatórios (12%).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os especialistas são unânimes em alertar que os tutores devem ficar atentos aos sinais de anemia que podem surgir no dia a dia. Se não tratada, pode levar o animal a óbito. Médica veterinária especializada em felinos, Juliana Costa explica que a anemia é a diminuição do número de hemácias, que são as células vermelhas do sangue, responsáveis por levar oxigênio para todo o organismo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Não é uma doença propriamente dita, esclarece a médica. E sim um sinal clínico subjacente de alguma outra doença. Em gatos, segundo Juliana, as causas mais comuns são infecções que se instalam na membrana da hemácia, como a mycoplasma haemofelis e a hemoparasita; infecção por vírus, como o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV); intoxicação medicamentosa e doença renal crônica.</div><div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/03/11/665050/20180309172104189122u.JPG" alt="Doença tem os mesmos sintomas e problemas que provoca nos humanos e nos cães" /><br /></div><div style="text-align: justify">;Cada etiologia (estudo da causa) possui mecanismo específico no desenvolvimento da anemia;, ressalta Juliana. Portanto, ao se deparar com estado anêmico do animal, é necessário pesquisar qual é a causa do problema.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><h3 style="text-align: justify">Palidez</h3><div style="text-align: justify">;O tutor deve observar se o felino apresenta mucosas ; entre os lábios e a gengiva ; pálidas, sintoma muito característico da anemia;, orienta o médico veterinário Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira, de São Paulo. A anemia traz para os bichanos os mesmos sintomas e problemas que provoca em cães e nos humanos. O que pode ser diferente, diz ele, são as doenças.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Para detectar a anemia, são necessários exames. ;O mais usado é o hemograma. Mas, para detectar as causas, o veterinário de confiança pode solicitar o teste das viroses, como o FeLV, e do parasita haemobartonella;, esclarece Marcondes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Uma das principais causas da anemia, de acordo com o veterinário, é o consumo da própria hemácia por uma espécie de rompimento da parede que reveste as células, chamada de lise celular . ;Entre outras estão a doença autoimune, diminuição na produção das hemácias, como no vírus que causa FeLV, por verminoses ou diminuição de ferro, por exemplo;, cita Marcondes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quando se trata de anemia, diz Juliana Costa, os gatos possuem particularidades de extrema importância que os tornam mais vulneráveis. Além de o organismo ter uma certa falha na produção de algumas substâncias capazes de proteger as hemácias, a própria composição dessas células é diferente.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Sendo assim, a hemácia do gato é muito mais sensível à oxidação, explica a médica. ;Quando em número menor, o carreamento do oxigênio não é suficiente para a manutenção do funcionamento dos órgãos. Assim, sem tratamento adequado, ela pode ser fatal;, observa.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><h3 style="text-align: justify">Transfusão de sangue</h3><div style="text-align: justify">Há cerca de um ano, o estudante de publicidade e propaganda Pedro Henrique Fontenele Albuquerque, de 20 anos, perdeu o seu amigo vira-lata, José, para a anemia. O gato era a alegria da casa e foi o primeiro. A mãe de Pedro relutava em ter bichos. Com José, ela rompeu a barreira e o acolheu como membro da família.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">;Ele foi resgatado e era o mascote da clínica onde meu irmão trabalhava como auxiliar veterinário. Meu irmão o adotou;, relembra o garoto. José fazia exames de rotina e tomava as vacinas na clínica. Mas, mesmo assim, em fevereiro do ano passado, começou a mudar o comportamento, ficando cada vez mais recluso, magro e com aspecto de doente.</div><div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/03/11/665050/20180309172217304791i.jpg" alt="Doença tem os mesmos sintomas e problemas que provoca nos humanos e nos cães" /><br /></div><div style="text-align: justify">A saúde de José foi piorando e foi preciso recorrer a outra clínica para tentar uma transfusão de sangue. Mas, enquanto todos se mobilizavam para encontrar um gato doador, o bichinho não resistiu. ;A clínica nos ligou e informou que José havia morrido. Foi muito triste;, conta Pedro, emocionado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O estudante acredita que José ficou doente depois que o pai dele morreu. A família viajou para acompanhar o sepultamento, e eles ficaram ausentes por um bom tempo. ;Talvez ele tenha se entristecido. Na minha percepção, animais também sentem o que sentimos;, acredita Pedro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><h3 style="text-align: justify">Alimentação </h3><div style="text-align: justify">A nutrição, de acordo com Juliana, é fator determinante para o sucesso de qualquer tratamento. Como um dos sintomas da anemia é a perda do apetite, ela recomenda procurar rações para gatos convalescentes, além de suplementos vitamínicos. Mas sempre sob a orientação do médico veterinário.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">;É importante frisar que o gato precisa comer e ingerir as calorias necessárias para alcançar seu requerimento energético diário;, diz Juliana. ;Se a ração de sempre está resolvendo, então está ótimo.; Um ponto importante na prevenção é não medicar sem indicação do veterinário. O gato é supersensível e medicações inadequadas podem causar anemias agudas e potencialmente fatais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Outro alerta é fazer o controle de pulgas, as principais transmissoras da mycoplasma haemofelis. ;Por fim, consultas periódicas para check-up são ideais no diagnóstico preciso e rápido das doenças, o que é determinante para o sucesso da terapia adotada;, lembra Juliana.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A advogada Ana Eliza Camargo Chacel, 43 anos, faz parte de uma ONG que resgata animais e os prepara para adoção. Um dia, avistou um movimento diferente perto de sua casa e, ao se aproximar, encontrou um gato entre as plantas. Mel, como ela o batizou, estava pele e osso. Ana Eliza lhe deu banho, aqueceu e o levou ao veterinário. Devido ao tempo que ele ficou sem comida, teve lipidose hepática (acúmulo de gordura no fígado).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">;Gatos não podem ficar muito tempo sem se alimentar;, conta. Depois de dias internado, ele voltou para a casa da advogada, para a recuperação. O tratamento é longo ; a cada 15 dias, são feitos novos exames. Os últimos mostram que Mel já voltou ao normal. ;Hoje está lindo e pronto para adoção;, avisa Ana Eliza.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Gabi também se recupera de anemia na casa da advogada. Resgatada depois de ser atropelada na Ceilândia, ela estava tão machucada que precisou passar por cirurgia. ;Foram 30 dias de medicação e vitaminas, mas ela já está ótima e pronta para adoção também;, comemora Ana Eliza.</div><div style="text-align: justify"> </div><h3 style="text-align: justify">Atenção aos sinais</h3><div style="text-align: justify"><ul><li>Mucosa pálida</li><li>Perda de apetite</li><li>Letargia</li><li>Febre</li><li>Dependendo do grau e duração, a anemia pode também apresentar:</li><li>Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)</li><li>Taquipneia (aumento na frequência respiratória)</li><li>Mucosas ictéricas (de aspecto amarelado)</li></ul></div><div style="text-align: justify">Fonte: Juliana Costa, médica veterinária especializada em medicina felina.</div><div style="text-align: justify"> </div><h3 style="text-align: justify">Adoção</h3><div style="text-align: justify">Para ficar com Mel ou Gabi, ligar: 99309-2333</div><div style="text-align: justify"> </div><div style="text-align: justify"><div> </div><strong>Agradecimentos</strong><div>CEV Brasília: <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vd3d3LmNldmJyYXNpbGlhLmNvbS5ici8iLCJsaW5rIjoiaHR0cDovL3d3dy5jZXZicmFzaWxpYS5jb20uYnIvIiwicGFnaW5hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiIsIm1vZHVsbyI6eyJzY2hlbWEiOiIiLCJpZF9wayI6IiIsImljb24iOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIiwiaWRfdHJlZWFwcCI6IiIsInRpdHVsbyI6IiIsImlkX3NpdGVfb3JpZ2VtIjoiIiwiaWRfdHJlZV9vcmlnZW0iOiIifSwicnNzIjp7InNjaGVtYSI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIifSwib3Bjb2VzIjp7ImFicmlyIjoiX2JsYW5rIiwibGFyZ3VyYSI6IiIsImFsdHVyYSI6IiIsImNlbnRlciI6IiIsInNjcm9sbCI6IiIsIm5vZm9sbG93IjoiIiwib3JpZ2VtIjoiIn19">cevbrasilia.com.br</a></div></div><div> </div><div> </div><div style="text-align: justify">* Estagiário sob supervisão de Valéria de Velasco, especial para o Correio </div>