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Restaurante na Asa Sul é porto seguro para intolerantes a glúten

Chance zero de contaminação cruzada faz de espaço um alívio para quem não pode se arriscar com o glúten, mas não quer se privar das delícias que chegam à mesa

Sibele Negromonte
postado em 25/03/2018 07:00
Nicolas Fujimoto cita com orgulho uma crítica que o restaurante dele recebeu em um famoso site de viagem, no qual internautas costumam dar a opinião sobre os lugares visitados: ;Quer ser mandado embora? Vá ao duoO!” A razão de tanta ;satisfação; está no motivo que levou o cliente a ser convidado a se retirar.

O duoO é uma casa especializada em alimentação funcional e uma das características do preparo dos pratos é que nenhum ingrediente leva glúten. ;A pessoa queria entrar com um hambúrguer de outro restaurante, preparado sem essa preocupação. Como boa parte dos meus clientes é celíaco, não podemos correr o risco de que haja contaminação cruzada;, justifica. ;Nossos funcionários são orientados, inclusive, a não trazer pão, bolo ou qualquer outro lanche que tenha glúten.;

Nicolas estima que 25% dos frequentadores do duoO têm intolerância ou alergia ao glúten, por isso, os cuidados são levados tão a sério. ;Outra vez, recebi uma reclamação de que, em uma mesa, estavam celebrando um aniversário com uma torta. A pessoa que fez a ;denúncia; disse que tinha ligado para a confeitaria de onde vinha o bolo e constatado que lá eles não trabalhavam com produtos sem glúten;, recorda-se. ;Desde esse dia, determinamos que os bolos de aniversário só podem ser preparados por nós.;
Chance zero de contaminação cruzada faz de espaço um alívio para quem não pode se arriscar com o glúten, mas não quer se privar das delícias que chegam à mesa
O jovem de 31 anos cresceu na cozinha de um restaurante. O pai, filho de japonês, foi quem trouxe o China in Box para Brasília. ;Desde criança, eu estava por lá, ajudando;, lembra. Nicolas foi fazer um intercâmbio de um ano em Londres e, quando voltou, o pai tinha comprado mais uma loja da franquia para que o rapaz ficasse responsável por ela.

Mas Nicolas queria mais do que uma franquia, queria meter o bedelho nas receitas e, mesmo sem ser formado em gastronomia, queria, sobretudo, criar. ;Cresci vendo os meus pais cozinhando e, quando fui morar fora, acabei tendo que me virar e fui parar na cozinha. É algo que eu gosto de fazer.;

Surgiu, então, a oportunidade de, em sociedade com amigos de infância, inaugurar um restaurante especializado em comida japonesa ; um resgate às suas raízes orientais. O Nazo Sushi Bar abriu as portas, em 2012, no fim da Asa Norte ; hoje, também tem uma filial no SIG. Apesar de ter contratado um chef consultor, Nicolas foi para a cozinha e deu os seus pitacos na construção do cardápio.

Vida saudável

A essa altura, o jovem, que sempre gostou de esportes e de levar uma vida saudável, estava preocupado também com a boa alimentação. Daí, surgiu a ideia de abrir uma casa especializada em refeições funcionais. O ano era 2014 e ainda eram poucas as casas especializadas nesse tipo de comida na capital. ;No início, muita gente chegava aqui curiosa para conhecer a proposta da casa. Hoje, temos um público fiel.;

Ele ressalta que, especialmente nos últimos dois anos, o público mudou bastante. ;As pessoas estão mais preocupadas com o que comem. Elas chegam aqui sabendo as propriedades dos alimentos, ao contrário do que acontecia havia quatro anos. Acho que deixou de ser uma moda para se tornar uma tendência;, compara.

Dentro dessa pegada saudável, Nicolas está sempre realizando eventos no restaurante, como a promoção de exercícios físicos na área externa da casa, localizada na 103 Sul, ou palestras com nutricionistas e personal trainers. A mais recente ação é um festival de low carb (baixo carboidrato). O menu varia de R$ 39 a R$ 52 e é servido no jantar, de segunda a domingo, e no almoço e no jantar, no fim de semana. É justamente a receita de um dos pratos servidos no festival que Nicolas compartilha com os leitores da coluna.

Adepto da alimentação saudável, mas sem exageros, Nicolas faz questão de frisar que não é contra a ingestão de carboidratos ; ;Tudo é uma questão de equilíbrio;, pondera ;, mas procura adotar ingredientes mais saudáveis na sua cozinha, como a batata-doce, a couve-flor, a biomassa de banana e muita fibra. O leite da vaca também é substituído por outros menos agressivos, como o sem lactose, o de búfala ou de ovelha. Os talos e as cascas dos vegetais são aproveitados e, por lá, nada de sal refinado ou excesso de gordura. No cardápio, há ainda pizzas e hambúrgueres ; tudo sem glúten.

O grande desafio de Nicolas, agora, é mudar os hábitos alimentares da família, sobretudo do pai, um carnívoro contumaz. ;No início do ano, fiz duas propostas a eles: tomar, diariamente, o suco de um limão em jejum e cortar a carne vermelha por 30 dias. Eles aceitaram o desafio do limão, mas não conseguiram parar de comer carne. Mas não vou desistir;, diverte-se.
Chance zero de contaminação cruzada faz de espaço um alívio para quem não pode se arriscar com o glúten, mas não quer se privar das delícias que chegam à mesa

Robata de frango com legumes

Ingredientes
  • Para a robata
  • 150g de peito de frango em cubos (aproximadamente 5 pedaços)
  • 1/8 de uma cebola roxa
  • 1/4 de pimentões

Para o mix de castanhas
  • 1 colher de sobremesa de castanhas-do-pará
  • 1 colher de sobremesa de castanhas de caju
  • 1 colher de sobremesa de avelãs
  • 1 colher de sobremesa de amêndoas
  • 1 cebola roxa picada
  • Salsinha a gosto

Para a couve-flor
  • 3 ramos de couve-flor

Para o ovo poche
  • 1 ovo
  • 1 litro de água

Modo de preparar

O espetinho
  • Comece cortando o frango em cubos. Em seguida, corte a cebola roxa e os pimentões em pedaços grandes, compatíveis com o tamanho do frango. Você deve grelhar os ingredientes rapidamente, até que o frango fique com aspecto dourado. Monte o espeto com os ingredientes grelhados. Repita o processo caso deseje mais espetinhos.

O mix de castanhas
  • Primeiro, triture todas as castanhas para, depois, refogar na manteiga com a cebola roxa picada. Após refogada, finalize a mistura com salsinha.

A couve-flor
  • Cozinhe a couve-flor até o ponto desejado.

O ovo poche
  • Quebre o ovo deixando a gema inteira e separe em um recipiente.
  • Em uma panela, esquente um litro de água, sem deixar ferver. Acrescente o ovo devagar, sem mexer.
  • Deixe por aproximadamente cinco minutos para ter uma gema mole e a clara ao redor bem cozida. Tenha cuidado para não deixar a água ferver.
  • Após os cinco minutos, você deve retirar o ovo e colocá-lo em um recipiente com água gelada para interromper o cozimento.
  • Por fim, una todos os preparos em um prato.

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