Juliana Andrade
postado em 20/05/2018 07:00
Imagine chegar em casa e encontrar o sofá estraçalhado, a sandália preferida pela metade e as paredes mordidas. As histórias até parecem engraçadas, mas têm tirado o sono dos donos de cães. Cachorros cheios de energia encontram em objetos, móveis e paredes um meio para descarregar as baterias.

A grande preocupação de Ludmila é que, além de morder os objetos, Nina costuma engolir. ;O que deu mais problema foi uma meia que ela engoliu inteira;, lembra. Segundo a educadora física, nem mesmos os insetos, como baratas, escapam da cachorrinha. Em uma dessas ocasiões, Ludmila teve que sair às pressas para o veterinário porque Nina engoliu uma abelha.
A cadela tem 5 anos e mora com Ludmila desde os 3 meses de vida. A tutora assegura que, com o tempo, Nina, deixou de morder algumas coisas, como o sofá, mas que ainda destrói muitos objetos pela casa. ;Já tive vários cachorros, e eles não eram assim. Ela é muito danada, mas a gente a aceita como ela é.;
Filhotes
Especialistas afirmam que esse tipo de comportamento é mais frequente em filhotes, devido à energia que eles têm. ;O animal mais novo tem uma explosão de hormônios. Também há a fase de troca de dentes, que faz com que ele roa mais as coisas;, explica Lucas Duty, especialista em comportamento animal.
O profissional ressalta que os cães precisam gastar energia. Logo, a primeira dica é fazer com que o animal se exercite. Para isso, passeios e brincadeiras são fundamentais. ;Existem ferramentas no mercado que podem ajudar a entreter o bicho. Elas não substituem um passeio, mas complementam no gasto de energia bucal e cognitiva, assim o animal fica um pouco menos estressado;, explica Lucas.
Valéria conta que, por já ter passado por experiências anteriores com outros cachorros, procurou cedo ajuda profissional para controlar os pets. ;Lucas nos deu um direcionamento de que animal cansado é animal feliz. Então, eles têm bolinha e também uma boneca, em que colocamos um pouco de ração para eles se distraírem. Eles ficam tentando tirar o alimento dali e vão gastando energia. A gente precisa motivá-los a brincar;, frisa.
Hoje, com 7 meses, Valéria afirma que os bichinhos não comem mais as coisas e que a troca dentária foi tranquila, sem danos. ;Perdi vários chinelos e sapatos. Agora, isso não existe;, comemora.
Outras técnicas
O especialista em comportamento animal Renato Buani ainda aconselha o uso de produtos próprios para afastar os animais de certos locais. ;Algumas pessoas trabalham com produtos homeopáticos, outras preferem alguma técnica para deixar um gosto amargo em algum móvel ou algum lugar que não quer que o animal mexa;, cita. O especialista ainda alerta sobre as receitas caseiras, como o uso de pimenta. Segundo Buani, esse tipo de prática não é indicada e pode causar sérios problemas aos pets.
Cuidado com o que ele morde
Especialistas ressaltam que os donos precisam ficar atentos com o que os animais colocam na boca, principalmente objetos pontiagudos, que podem causar sérios danos. Renato Buani ainda destaca que brinquedos inadequados também são um risco para os pets. ;Os bichos de pelúcia são bons exemplos. O animal pode destruir o brinquedo e ingerir o conteúdo que tem dentro em grande quantidade, o que faz muito mal. É preciso tomar muito cuidado com o que compramos;, adverte.