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Até os pets possuem aplicativos e sites de paquera

Sites de ajudam pets a encontrar um par para cruzar e perpetuar a espécie

Juliana Andrade
postado em 10/06/2018 07:00
Encontrar a alma gêmea não está fácil para ninguém. A internet, com seus aplicativos, sites e redes sociais, até tentam dar um empurrãozinho. A todo momento pessoas se curtem e trocam mensagens. Mas se engana quem pensa que só os humanos estão à procura do par ideal na rede. Os bichos também estão marcando território.

Há dois anos, Thor procura uma companheira: dificuldade por causa do tamanhoSimpatia não falta. Vale tudo na hora da paquera no mundo virtual. Enquanto os pets arrasam nas fotos, os tutores capricham na descrição. ;Alguma cadelinha shitzus/lhasa solteira e em busca de um romance? Ofereço casa, comida, petiscos e dog beer, colchonete para dois;, diz a legenda de uma das fotos do Thor, o shitzus/lhasa da estudante Bárbara Maria Mel, 23 de anos.

A jovem conta que já está em busca de uma cadela para cruzar com o Thor há dois anos. ;A gente quer um filhote, um descendente dele;, justifica. O pet tem 4 anos e está com a família desde os 45 dias de vida.

Além das redes sociais, a internet traz alguns aplicativos, estilo Tinder para cães, e sites de relacionamentos para os pets. Ao buscar na rede, é possível encontrar vários. Cruzapet, Namoricão e Namoro Pet são alguns exemplos.

A estudante conta que Thor já tem cadastro em duas plataformas on-line em busca de uma namorada. O cachorro até conseguiu alguns encontros, mas nada que fosse em frente. ;A questão do Thor é o tamanho. A gente acha uma pessoa, ela vai conhecer o Thor e acha a cadela muito pequena para ele, que é grande. Então, as pessoas ficam com medo;, lamenta.

Garrett iniciou as buscas por um amor há pouco tempoBárbara não está sozinha nessa. Gustavo Prestes, 35, também está determinado a acabar com a carência de Garrett, seu bull terrier. O bicho está com 1 ano e, segundo Gustavo, está louco por uma namorada. ;Decidimos que ele precisa cruzar para se acalmar;, ressalta.

O início das buscas ainda é recente. A ideia de procurar uma namorada para o cachorro na internet veio de uma amiga. ;Procuro namorada! Tenho pedigree e todas as vacinas em dia;, diz a publicação do tutor em uma rede social.

Com cuidados

Chico, o poodle da analista administrativa Tamires Meyer de Andrade, 25, também está à procura de um amor. O cuidado que a tutora tem com o bicho fica claro nas publicações. ;Esse é meu Chico, ele tem 2 aninhos e procura um amor. Chico é um poodle muito dócil e amado!”, afirma uma das publicações.

Tamires comenta que decidiu colocar Chico para cruzar porque pretende castrar o animal, que hoje está com 2 anos e meio. Para ela, a castração se tornou fundamental para o bem-estar do bichinho. ;Por isso, comecei a saga em busca de uma namorada para ele. É pela saúde dele. Castrando, diminui o risco de ter câncer futuramente. Quanto mais cedo castrar, melhor;, frisa.

Mas a vontade de tornar Chico pai não deixa os cuidados de lado. Tamires destaca que tem ficado em alerta com as interessadas. ;Estou tendo bastante cuidado porque não quero que Chico seja pai para comercialização de filhotes. Sou a favor de adoção e doação;, justifica.

Assim, com os devidos cuidados, Tamires virou uma verdadeira cupida. Durante os passeios, sempre fica observando se há alguma cadela por perto, mas garante que a maioria é castrada. Por não encontrar nenhuma conhecida, ela decidiu usar a internet. ;Eu sempre amei animais e, antes de ter ganhado Chico, entrei em vários grupos do Facebook. Comecei a ver que muitos donos postam e acabam achando um amor para seus ;cãopanheiros;. Estamos esperançosos;, enfatiza.

Sempre em alerta

Assim como com os humanos, para embarcar em um relacionamento iniciado pela internet é preciso tomar certos cuidados. Segundo a veterinária Andrea Carneiro, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa/DF), é imprescindível verificar o estado de saúde dos dois bichos. ;A maior preocupação é se um dos dois não tem uma doença que possa ser perpetuada geneticamente, pois não é bom cruzar esses animais;, alerta. A veterinária ainda destaca que também é preciso verificar se o animal está vacinado, se não tem nenhuma virose, além de se certificar de que a fêmea está no período fértil e se o cachorro é mesmo da raça desejada.

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