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Sob a bênção da Copa, casais constroem lindas histórias de amor e união

Momento de união e alegria, a maior festa do futebol ganha ares ainda mais especiais para os torcedores que conheceram o amor da vida durante o evento

Renata Rusky, Amanda Ferreira - Especial para o Correio, Juliana Andrade, Rachel Sabino *
postado em 24/06/2018 07:00
Copa do Mundo é esporte, é nacionalismo, é festa, é socializar e é comemorar cada gol com amigos e até com desconhecidos em um bar ou em uma balada. Assim, ela se torna também oportunidade de conhecer novas pessoas ; algumas podem até mudar a sua vida por completo.

Para alguns, o Mundial não é lembrado pelo placar, nem pelo gol decisivo, nem pela taça levantada, mas, sim, pelo amor. Eles estavam ali, no mesmo lugar, torcendo pela mesma seleção e, em alguns casos, até pelo adversário.

O fato é que a Copa não reúne só as nações. Neste clima de festa e torcida, a Revista do Correio encontrou na cidade casais que mostraram que o campeonato pode ir muito além do futebol.

*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

Sorte no jogo; e no amor

Um encontro casual, no Mundial de 2014, resultou no casamento de Luciana Cintra e Dasiel Hernandes: Rafael é fruto do amor do casalLogo nas primeiras palavras e trocas de olhares é possível compreender a cumplicidade que envolve a história da brasileira Luciana Cintra, 37 anos, e do cubano, Dasiel Hernandes, 34. O casal mal imaginava que em uma das comemorações pós-jogo da Copa do Mundo começaria a viver uma história de amor.

Foi depois da partida do Brasil contra o Chile, em 28 de junho de 2014, que os dois trocaram as primeiras palavras. A emoção de relembrar a história faz reviver o frio na barriga dos primeiros encontros. Este ano, eles completam quatro anos de união.

A mulher faz questão de comentar cada detalhe. Para ela, a oportunidade de contar a história é mais uma prova de amor, presente depois de tanto tempo. O encontro dos dois foi um acaso. Apesar de não gostar de bares, as amigas da engenheira ambiental a convenceram a ir a um samba. ;Quando chegamos ao lugar, sentamos ao lado de uma mesa cheia de homens. Uma das meninas, bem espontânea, tratou logo de unir nossas mesas e fazer casaizinhos. Acabei sentando ao lado dele;, relembra.

A primeira conversa foi um mix de risadas com insegurança. Ele se enrolava no português e ela não conhecia uma palavra sequer em espanhol. ;Como somos engenheiros, achamos um assunto em comum. Com isso, e um pouco mais de atenção, a conversa fluiu e nunca mais parou.; Bastaram algumas horas da comemoração para que os dois decidissem que, a partir daquele dia, assistiriam a todas as partidas de futebol juntos.

;Os jogos se tornaram algo muito especial para nós e a Copa virou a nossa marca-registrada;, garante Luciana. Após alguns meses juntos, ela já era acolhida pela família de Dasiel em Cuba, para onde vão pelo menos uma vez por ano. E, em 2015, o casal se uniu definitivamente para construir a vida que tanto planejavam. O cubano, que estava no Brasil temporariamente para estudar, nunca mais quis deixar a capital do país.

Cumplicidade

Na abertura da Copa da Rússia, mesmo no trabalho, o casal se falava a todo momento enquanto assistia ao evento pelo computador. ;É sempre algo muito emocionante. Poder relembrar tudo isso reforça cada momento que vivemos juntos. A Copa me trouxe um amor para a vida toda;, emociona-se a engenheira. Dividir a paixão, hoje, é algo que os dois não fazem mais em dupla: Maria Eduarda, 14 anos, filha de Luciana, que acolheu com tanto carinho o padrasto, e o pequeno Rafael, filho do casal, com 1 ano, também comemoram em cada partida do evento.

O menino não pode ver uma bola de futebol que já abre um sorriso. E, quando o assunto são os placares dos jogos, a família lembra até detalhes sobre a cobrança de um pênalti. Para este ano, a farra já está mais que garantida. A expectativa é tanta que o casal fez planos para torcer não só pelo Brasil, mas por várias outras seleções, como a da Espanha, país onde Dasiel e a família têm raízes.

Casamento em clima de futebol

O casamento de Roberto Vieira e Elaine Dutra contou com um ingrediente a mais: a estreia do Brasil na Copa de 201817 de junho de 2018, data da estreia do Brasil na Copa da Rússia. O domingo, sem dúvida, ganhava um ar especial, principalmente para a manicure Elaine Dutra, 41 anos, e o caminhoneiro Roberto Vieira, 39. Afinal, enquanto a Seleção Brasileira fazia sua primeira partida no Mundial, o casal estreava na vida de casado.

Se nas ruas, a torcida vestia verde-amarelo, na chácara escolhida para a cerimônia, a noiva encantava com seu vestido branco e conferia cada detalhe da decoração do tão sonhado casamento. O casório já estava há um tempo nos planos do casal, que vive junto há 15 anos. ;Acho que, com o passar do tempo, o amor foi aumentando. Então, em 2017, decidimos casar no papel e no religioso, mas isso só veio se concretizar agora;, conta a manicure.

A data foi marcada há cerca de quatro meses. Estava tudo certo: local, decoração e horário, mas Elaine afirma que em nenhum momento passou pela cabeça do casal que a festa poderia cair no mesmo dia do jogo. ;O evento foi se aproximando e o pessoal começou a comentar que seria no dia da estreia do Brasil na Copa e eu já comecei a ficar preocupada, com medo que os convidados não viessem;, confessa.

O noivo tratou logo de acalmar Elaine e teve a ideia de reunir todos os convidados para assistir ao jogo na festa. A novidade animou o pessoal e o clima de Copa era perceptível no casamento. Os enfeites azul e branco, cores predominante na decoração do local, se misturavam a alguns acessórios verdes e amarelos que Elaine fez questão de acrescentar. Algumas mesas ganharam os tons da camisa brasileira e tevês foram incluídas na ornamentação ; até as famosas vuvuzelas apareceram por lá.

Uma nova festa

Os convidados marcaram presença em peso. Depois das 14h, a festa foi ganhando cara nova. A noiva deixou de lado o vestido branco e, ao penteado, foi acrescentada uma tiara nas cores da bandeira. Alguns convidados também tiraram as roupas sociais e vestiram a camisa da Seleção na hora do jogo.

A mesa do bolo foi aos poucos sendo desmontada para dar mais espaço para os torcedores/convidados que estavam nas mesas externas acomodarem as cadeiras em frente à tevê. O cantor encarregado pela trilha sonora da festa também deu uma pausa e a narração do jogo e os gritos da torcida tomaram conta do lugar.

Família e amigos reunidos comemoravam a união de Elaine e Roberto e, ao mesmo tempo, torciam pelo Brasil. ;Eu achei o máximo. Foi muito bom ver o pessoal unido. Eu sou brasileira e não quero deixar essa tradição acabar;, destaca Elaine.

Juntos eles vibraram na esperança de um placar favorável à Seleção Brasileira. O empate pode até ter desanimado muito gente por aí, mas, naquele lugar, desânimo era uma palavra desconhecida. Uma imagem que permanecerá para sempre nas memórias de Elaine e Roberto.

Depois da partida, o encontro

Débora Ferreira e Hamilton Junior estão juntos desde o Mundial  de 2006A Copa do Mundo tornou-se um evento ainda mais importante na vida da servidora pública Débora Ferreira, 33 anos, e do cientista da computação Hamilton Junior, 37. Além do êxtase comum a quase todos os brasileiros, eles ainda celebram a data em que se conheceram, durante o Mundial de 2006, mais precisamente em 27 de junho. ;Vai ter jogo do Brasil de novo nesse dia. Então, vamos celebrar assistindo à partida;, adianta Débora.

A Copa de 2006, quando se conheceram, foi a sediada na Alemanha. A Seleção Brasileira era a grande favorita, mas foi eliminada nas quartas-de-final pela França, pelo placar de 1x0. No dia do encontro dos dois, o Brasil havia levado a melhor sobre a equipe de Gana. Ambos haviam assistido à partida na casa de amigos e, depois, foram a uma festa para comemorar a vitória. No pós-jogo, começou a história de amor dos dois vascaínos. ;Nós nos encontramos já na entrada e gostamos um do outro;, relembra a servidora.

Torcedores também do mesmo time carioca e apaixonados por futebol, desde então, tentam assistir a tudo quanto é jogo juntos. O amor pelo esporte foi passado também para o filho do casal, Lucas, de 10 anos. ;Ele sabe o nome dos jogadores de todas as seleções, acompanha campeonato do Brasil e de fora. Na Copa que foi aqui, fomos a quase todos os jogos no estádio Mané Garrincha;, conta a mãe.

Herança

Depois de o Brasil ter sido sede do Mundial, Lucas não quer mais ver jogo em casa. Na nossa estreia, no dia 17, ele pediu aos pais para assistir fora. Foram a um evento no Pier 21. ;Ele disse que era sem graça assistir em casa;, diverte-se Débora.

Para ela, Copa é emoção total. ;Ficamos emocionados assistindo ao jogo do Panamá, que participa pela primeira vez. Foi bonito ouvir o hino e ver os jogadores chorando. Arrepiamos junto e torcemos por eles. Esse é o maior valor do campeonato: torcida pela humanidade, união geral por um esporte;, acredita a servidora.

Uma mãozinha na paquera

Durante a Copa do Mundo, o aplicativo de relacionamentos Happn embarca na onda dos torcedores brasileiros e dá uma forcinha para os amantes de futebol. Com apenas dois cliques na tela do celular, os usuários poderão acessar a função ;Estou a fim de; se quiserem ;ver o jogo; com o crush e ter um primeiro encontro no clima do Mundial. A funcionalidade ficará disponível na plataforma até o fim da competição, em 15 de julho.

Não quer assistir aos jogos em casa?

Confira alguns locais onde haverá telão para acompanhar a partida:

Libanus
Rua 14 Norte, Águas Claras, e 206 Sul

Delta Bar
706/707 Norte

Miau que Mia
304 Sul (clientes que doarem roupas de frio ou cobertores receberão 5% de desconto)

Outro Calaf
Setor Bancário Sul 2, Quadras 5/6

Piratas Bar
SIG, Quadra 6

Primeiro Bar
SIG, Quadra 8.

Carpe Diem
404 Sul, 110 Norte e Terraço Shopping

Versão Brasileira ; Bar & Restaurante
204 Sul

Bamboa Bar
Setor Hípico, Área Especial, Conjunto 22 Parte E

Beirute
Onde: 107 Norte e 109 Sul.

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