Introduzida na Inglaterra na década de 1980, a pole dance, porém, é muito mais que uma dança sexy. Com um instrumento simples — um bastão que vai do chão ao teto —, o praticante faz rodopios, piruetas e movimentos que ajudam a desenvolver a força, a flexibilidade, a definição muscular e outros benefícios físicos.
Aline Woo Perciani Rosa, 29 anos, e Roberta Pereira Feitosa, 31, são sócias-proprietárias do Acrobatik Pole & Dance. Roberta diz que, quando fala que é praticante de pole dance, as pessoas confundem como algo vulgar e, até mesmo, perguntam se ela trabalha em casa noturna. “Muita gente ainda tem preconceito. Julga, pergunta quanto eu cobro para fazer um strip-tease em uma festa. Sempre levam para esse lado.”
Aline conta que conheceu a pole dance em 2010, após o convite de uma amiga para uma aula experimental. Ela logo se encantou pelas piruetas e giros que as alunas davam na aula. “Aquilo me remeteu à minha infância, quando eu subia em árvores. Eu me apaixonei”, relembra.
Ela lembra que, na época, estava no início de depressão por causa de um relacionamento abusivo. Na pole dance, as colegas davam força, uma ia ajudando a outra. “Com a dança, consegui superar e passar por cima de tudo isso.”
O público que procura a pole dance, segundo as sócias, é na maioria feminino. Por conta disso, Aline e Roberta acreditam que as mulheres acabam se unindo e deixando a competição de lado. Há várias vertentes de pole dance: o esporte, o exotic, o flow, o contemporâneo, o sexy pole, etc. “Dá para aliar várias danças”, diz Aline.
Roberta, que também é professora de educação física, explica que a pole dance exercita o corpo na integridade. Por mais que os movimentos deem a sensação de trabalhar o braço e o abdômen, a perna também é sentida. “Tem aluna nova que fala: ‘Mas eu não fiz nada na panturrilha’. Eu digo que é porque a pole dance trabalha com o peso do corpo e acaba sendo sentido em partes que não trabalhamos.” Além disso, é uma atividade que tem um gasto calórico alto e trabalha a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação motora.
Para todos os gêneros
“Ela sempre me convidava e eu sempre dava desculpa para não ir”, relembra. Há dois anos, a jovem resolveu ir a uma aula experimental. Foi amor à primeira vista. E, com o passar do tempo, viu que queria repassar tudo aquilo que aprendeu. “Queria passar a minha experiência para as pessoas. Queria que elas soubessem da libertação que a pole dance é nas nossas vidas.”
Segundo Adriana, a autoestima é trabalhada o tempo todo nas aulas. Espelhos são espalhados pela sala. Os alunos vestem roupas que mostram o corpo: shorts curtos de lycra e blusas soltas para ajudar nos movimentos. “Você é obrigado a se olhar e a se conhecer o tempo inteiro. A pole dance é realmente uma terapia para quem não se sente bem com o corpo”, avalia.
O empresário e artista João Victor de Oliveira, 25 anos, é aluno de Adriana há um mês. Para ele, a pole dance é um caminho para o autoconhecimento. Desde muito novo, o rapaz é encantado por danças. “É um esporte em que você se desafia constantemente, exercita o corpo inteiro, trabalha muito a autoconfiança”, enumera.
Victor ressalta ainda que a pole dance trabalha a força do corpo como um todo. E encoraja os homens a levarem a dança esportiva em consideração na hora de escolher uma atividade para praticar. “Muitos homens deixam de trabalhar a autoestima por acreditar ser frescura. Mas é preciso se cuidar emocionalmente.”
Os ganhos
• Força
• Flexibilidade
• Definição muscular
• Coordenação motora
• Alta queima calórica (de 300 a 400 calorias em uma aula)
*Estagiário sob supervisão de Sibele Negromonte
Agradecimentos:
Acrobatik Pole & Dance
Professora Adriana Boreli (Instagram: @adrianaboreli)
Infinita BSB