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Como é que os dispositivos digitais estão mudando nossos cérebros?

Existem os que defendem que dos dispositivos digitais trazem vantagens às funções cognitivas, outros rebate que as intervenções são negativas. Mas qual dos lados está correto?

*Ricardo Teixeira
postado em 18/09/2018 15:36

Quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, aparecem na frente de um muro, olhando para seus smarthphones

Alguns dizem que a vida digital está nos deixando mais espertos, especialmente aqueles que desenvolvem jogos e exercícios digitais para incrementar as funções cognitivas. Outros dizem o contrário. E então? Acho que podemos dizer que ambos os lados têm um pouquinho de razão.

Videogames, por exemplo, trazem benefícios cognitivos, como melhor atenção e menor tempo de reação, mas de uma forma muito discreta. Não se sabe muito bem o quanto esses ganhos são realmente transferidos para a vida real. Por outro lado, o uso de videogames tem sido associado a comportamento agressivo, efeito que também é discreto e não necessariamente de causa e efeito. Os videogames violentos deixam as pessoas com um comportamento mais violento ou pessoas que já têm uma natureza violenta são mais atraídos por jogos com conteúdo violento?

A internet deixa-nos distraído durante um trabalho e afeta negativamente o desempenho cognitivo, mas não muda radicalmente o funcionamento do cérebro. O cérebro não é tão craque assim para multitarefas. Os resultados são melhores quando fazemos uma tarefa de cada vez, mesmo estre aqueles que nasceram com um dispositivo nas mãos.

Os riscos da exposição aos dispositivos digitais podem ser minimizados educando as pessoas a manterem o autocontrole e usá-los nos momentos certos. É a criação de estratégias de defesa, para ficarmos menos vulneráveis às tentações, como abrir a caixa de e-mail, Facebook, Twitter a cada cinco minutos durante uma tarefa.


*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e Diretor Clínico do Instituto do Cérebro de Brasília

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