Juliana Andrade, Ana Flávia Castro *
postado em 13/01/2019 08:00
São muitas as dúvidas que pairam na cabeça das gestantes, especialmente as de primeira viagem. Uma das inseguranças se refere à dieta mais adequada, aquela que irá suprir as necessidades da mãe e da criança, em processo de formação. Isso porque as fontes de nutrientes para o crescimento saudável do bebê são as reservas nutricionais da mãe e do que ela ingere durante os nove meses. Mas não significa, diferentemente do que muitos dizem, que a mulher precisa comer uma quantidade para dois. O que ela precisa ter é responsabilidade por si mesma e pelo bebê que está gerando, fazendo escolhas corretas na hora de montar o prato.
A orientação é consumir todos os alimentos essenciais para o desenvolvimento do bebê, de forma balanceada e com moderação. O cardápio também precisa atender às necessidades do corpo da mãe, que apresenta novas demandas com a gravidez. Segundo Tamara Lazarini, nutricionista e diretora de nutrição infantil da Nestlé, alguns exemplos de alterações são: aumento da absorção de ferro, de cálcio e de fósforo, além da mineralização do tecido ósseo e aumento da taxa de metabolismo basal.
Também é preciso abrir mão de uma rotina desregrada. Como explica a ginecologista e obstetra da Aliança Instituto de Oncologia Jeiza Andrade, a lista de restrições inclui comidas excessivamente condimentadas, enlatadas ou embutidas ; frequentemente ricas em sal, além dos refrigerantes ;que não trazem nenhum benefício, nem para as grávidas nem para quem não está no período de gestação.; O maior perigo fica por conta do açúcar, pois o risco de diabetes durante a gestação aumenta consideravelmente em função da alteração no metabolismo.
Outro cuidado importante é verificar a procedência dos alimentos, especialmente os que forem servidos crus. Aliás, a regra vale para qualquer comida. ;Tenha cautela com o que for ingerir, fuja especialmente dos alimentos mal cozidos;, orienta a obstetra.
Ajuda extra
Como o que a mãe ingere é a única fonte de nutrientes para o feto, há quem recomende a suplementação vitamínica para garantir que a quantidade ideal seja suprida. O ômega 3, por exemplo, é um dos nutrientes cuja complementação é mais frequentemente recomendada. A nutricionista Tamara Lazarini defende o reforço por meio dos multivitamínicos. ;Se a nutrição adequada é importante para todos, em um momento de tão intensa atividade metabólica como a gravidez, essa questão se mostra ainda mais essencial;, acredita.
Foi pensando em garantir a nutrição adequada que a designer de interiores Rafaela Souza, 24 anos, grávida do segundo filho, decidiu imcrementar as refeições com algumas vitaminas indicadas para grávidas, por recomendação da obstetra. Para ela, a suplementação traz inúmeros benefícios e a ajuda bastante, assim como aconteceu na primeira gravidez. ;Quando me esqueço de tomar, me sinto mais cansada e começo a sentir diferença até na unha e no cabelo;, avalia.
Rafaela também optou por excluir alguns alimentos e incluir outros na dieta. Enquanto espera a pequena Luiza nascer, cuida da alimentação de forma regrada. ;Costumo comer mais frutas. Não é uma coisa habitual minha, mas na gravidez faço um esforço. Procuro comer mais verduras também;, comenta. Além disso, nos primeiros meses de gestação parou de comer comida crua e salada fora de casa. Recentemente, se rendeu novamente aos cardápios japoneses, mas garante que só consome em lugares que já conhece.
A regra que vale é o bom senso. Nada que faria mal para a mãe fora do período gestacional deve ser consumido, já que influenciará diretamente o desenvolvimento do bebê. ;O segredo é ter uma alimentação equilibrada. Tudo que é demais faz mal, e nutrientes fazem muita falta também;, reforça Jeiza Andrade.
* Estagiária sob a supervisão de Flávia Duarte