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Pinta de personalidade: aprenda a amar as suas sardas

A tendência agora é exibir as sardas. Se algum dia foi moda esconder as manchinhas na pele, agora elas são vistas como sinais de charme, naturalidade

Ana Flávia Castro *
postado em 10/02/2019 08:00

Nathália Alves aprendeu a gostar das suas sardas: a base foi deixada de lado, e o protetor solar, reforçado

A tendência da beleza do bem-estar, que comandou as passarelas do verão, é ressaltar os atributos naturais da pele. As efélides, popularmente conhecidas como sardas, podem ser um charme a mais para quem quer valorizar o brilho e a textura do rosto. Mas nem todo mundo aceita bem as manchinhas. Há quem busque tratamentos estéticos para diminuir a intensidade delas ou utilize camadas de maquiagem para mascarar os sinais.

Frequentemente encontradas em pessoas com fototipo loiros e ruivos, a sarda nada mais é do que um aumento do pigmento da pele em regiões específicas. ;Como não há acréscimo das células, elas não representam nenhum indício de doença;, garante a dermatologista Fernanda Seabra.

No entanto, elas são um alerta: quanto mais exposição ao sol, mais intensas se tornam e aumentam em quantidade. Isso significa que a pele está sofrendo os efeitos negativos da queimadura, o que pode desencadear problemas mais sérios. Por isso, o filtro solar é o maior aliado até mesmo em ambientes fechados ; a luz visível (emitida pelas fontes fluorescentes e equipamentos eletrônicos) também afeta a derme.

No quesito gênero, a predisposição não faz qualquer distinção. Tanto homens quanto mulheres podem apresentar o excesso de pigmentação. ;Os únicos fatores que as influenciam são o tipo de pele e a hereditariedade;, acrescenta Fernanda.

A cara da naturalidade

Vinícius Belotti De Souza, 19, herdou as sardas do pai. Desde pequeno, convive com as manchas e confessa que aprender a gostar delas foi uma questão de costume. ;É algo que as pessoas acham bonito, mas eu mesmo não gosto tanto. No entanto, não representa nenhum incômodo. É uma parte de mim;, afirma.
A tendência agora é exibir as sardas. Se algum dia foi moda esconder as manchinhas na pele, agora elas são vistas como sinais de charme, naturalidade
Já Natália Sanches, 26 anos, conta que a paixão por suas sardas começou na adolescência. Quando era criança, não gostava tanto dos sinais, porque não queria se sentir diferente dos colegas, mas isso mudou. ;Hoje eu amo o quanto isso me torna única;, afirma. Toda a família da publicitária tem a pele sardenta. A pigmentação começou a surgir por volta dos 5 anos, época em que ela escutava piadas dos colegas. ;Eles me chamavam de enferrujada, perguntavam se eu tinha tomado sol com a peneira... Antes, me incomodava, hoje, devolvo a piada;, relata.

Quando ficou mais velha, as brincadeiras foram substituídas por elogios, e ela passou a enxergar o quanto as sardas eram uma característica especial. O que mudou, segundo ela, foi a forma de pensar e a maturidade. ;As pessoas à minha volta começaram a falar sobre o quanto era bonito, e vi, pelo olhar dos outros, que era uma bela característica, que deveria ser explorada.; Por isso, nem quando faz maquiagem no salão ela deixa cobrirem a pele por completo. ;Apagar as minhas sardas é tirar um pedaço da minha personalidade;.

As sardas de Nathália Alves, 26, por muito tempo, ficaram escondidas. Quando mais jovem, a analista de mídias sociais não gostava das manchas no rosto, mas aprendeu a ter carinho pelos sinais que representam sua individualidade. A base ficou de lado e, quanto menos cobertura, melhor. ;Depois de ver várias mulheres lindas com sardas, especialmente na mídia, eu me senti mais representada e, agora, gosto mais das minhas também.;

O excesso de pigmento também despertou em Nathália um alerta sobre sua saúde. Ela não costumava usar filtro solar, até que a dermatologista a alertou sobre o risco de câncer de pele. ;Antes, eu passava protetor uma vez só e não o reaplicava. Agora, tenho mais atenção e também utilizo chapéus para me proteger e não ficar com a pele exposta;, relata.

Cuide delas

O protetor solar protege o rosto por um período determinado. Por isso, não adianta passá-lo uma vez ao dia. A forma correta de é usá-lo é reforçá-lo a cada três horas. Além disso, há produtos que disfarçam as sardas. A maquiagem e os protetores solares com cor são opções para quem não quer partir para os tratamentos a laser.
A dermatologista Danielle Costa, da Aliança Instituto de Oncologia, adverte: ;Use sempre produtos de boa qualidade, dentro do prazo de validade e que sejam específicos para o seu tipo de pele;. Pacientes com a pele oleosa ou que não retiram corretamente a maquiagem antes de dormir podem ter problemas.
Com a orientação do médico, outros tratamentos mais intensos podem ser realizados, como peelings químicos, luz intensa pulsada (laser) e os ácidos de manutenção e clareamento.
*Estagiária sob a supervisão de Flávia Duarte

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