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Que tal voltar à década de 60? Confira alguns costumes daquela época

A Revista resgatou alguns trechos do Correio Feminino, uma coluna do Correio Braziliense publicada naqueles anos

Juliana Andrade, Renata Rusky
postado em 10/02/2019 09:00
A Revista resgatou alguns trechos do Correio Feminino, uma coluna do Correio Braziliense publicada naqueles anosA década de 1960, sem dúvida, marcou o mundo da moda e valorizou o estilo individual. Se antes os modelos de roupas eram ditados pelas passarelas e pelas elites, nessa época, os jovens levantaram a voz, defendendo não apenas o seu estilo de vida, mas também a forma particular de se vestir. Os cortes elaborados davam espaço para linhas simples e as minissaias ganhavam as ruas das cidades. Segundo a professora de moda contemporânea Rafaella Lacerda, do Centro Universitário Iesb, naquela década, o streetwear começou a guiar as tendências.

A saia bem curta, por exemplo, foi uma das personagens dessa nova era. ;Tem gente que fala que ela foi criada por Mary Quant, na Inglaterra. Já na França, havia uma briga de que teria sido o André Courr;ges. Porém, vários historiadores afirmam que ela nasceu na rua;, explica a professora. Para Rafaela, a peça foi um dos últimos itens inovadores da moda. ;Não teve nada tão chocante quanto ela. Eu ainda acho que a gente meio que estacionou em relação à criatividade;, analisa.

A Revista resgatou alguns trechos do Correio Feminino, uma coluna do Correio Braziliense publicada naqueles anosOutros modelos também ganharam destaque naqueles anos. Entre eles, o vestido tubinho, o terninho da Jacqueline Kennedy e as estampas psicodélicas. O modelo ajustado ao corpo, por exemplo, era uma das dicas de look para ser usado à tarde, como sugere uma publicação do Correio Feminino, no ano de 1965. Para escapar do calor, a ideia era usar uma peça confeccionada em um linho de qualidade. Aliás, o linho está super em alta atualmente.

A mesma publicação, em 1970, considerava ;a meias sexy de paris;; era perfeita para as pernas que já estavam sendo exibidas. Era um ícone entre o público jovem. "Ergee criou uma moda de meias para as jovens usarem com suas minissaias. Elas apareceram em muitas cores: vermelho, azul, verde, amarelo, etc. E têm barra em cor contrastante. As ruas de Paris, agora alegradas pela primavera cheia da nova ideia;, dizia o texto da época.

Um estilo jovem

A Revista resgatou alguns trechos do Correio Feminino, uma coluna do Correio Braziliense publicada naqueles anosOs jovens aos poucos foram ganhando espaço no público-alvo das confecções de roupas. Segundo Rafaella, até os anos 1950, a moda era baseada em apenas dois grupos de faixa etária: crianças e adultos, sendo muito comum a moda ;mãe e filha;. Insatisfeitos, alguns grupos passaram a se vestir diferente dos pais, para desvirtuar esse padrão. ;Pelo surgimento desses grupos, a moda parou de ser bem acabada, bem costurada, as formas passaram a ser um pouco mais simples, até como o vestido trapézio que foi um dos ícones dos anos 1960;, complementa.

Aos poucos, as regras foram se afrouxando e dando mais liberdade para as pessoas brincarem com o visual. Em 1963, por exemplo, uma nota, que trazia ;leis da moda;, já declarava alguns pontos de vista como atrasados: ;Quando se fala de cor preta, se distingue para ela apenas as mulheres idosas, porque se acredita que envelhece. Essa é uma ideia completamente errada. O preto quando usado acompanhado de acessórios coloridos ficam bem para todas as idades;, indicava o colunista.

Uma dieta com chocolate

A alimentação é cultural, portanto, é natural que os hábitos alimentares se modifiquem ao longo dos anos. De repente, alguns alimentos viram moda e outros passam a ser considerados muito ruins para a saúde, mas logo são absolvidos e voltam à dieta.

Nos anos 1960, o Correio Feminino sugeria como opção de receita saudável um bolo de chocolate feito com farinha de trigo branca e açúcar refinado. Atualmente, uma receita considerada adequada seria adoçada com algum outro ingrediente (açúcar demerara, xilitol) e provavelmente, incluiria outro tipo de farinha, seja integral, seja qualquer outra das tantas disponíveis: de amêndoa ou de coco.

Segundo o Ministério da Saúde, de 2006 para 2018, a obesidade no Brasil cresceu 60%. Portanto, apesar da possibilidade e da preocupação de substituir ingredientes energéticos e sem valor nutricional, estamos menos saudáveis. O nutrólogo Allan Ferreira, do Hospital Santa Lúcia, explica que a realidade naquela época era muito diferente da atual. ;Não é um único ingrediente que vai definir se uma alimentação é saudável ou não, é o conjunto da obra. Até porque é complicado condenar um alimento. As escolhas nos anos 1960 era melhor do que o de hoje;, explica.

Segundo ele, os hábitos eram mais adequados porque as pessoas não comiam tantos produtos extremamente processados como agora. Os alimentos industrializados têm excesso de açúcar, gordura, sal e outros ingredientes que prolongam a validade da comida. São também alimentos pobres em fibra, porque ela reduz a durabilidade deles.

Em comparação com os brasileiros de décadas anteriores, Allan explica que as pessoas até comiam açúcar e farinha branca de vez em quando, mas que toda a dieta era mais balanceada. ;A gente sente necessidade de fazer um bolo com farinha integral, que tem mais fibra, porque a nossa alimentação, em geral, tem menos;, afirma o nutrólogo.

Além disso, o médico pontua que, por um lado, as porções de comida aumentaram e, por outro, houve uma mudança prejudicial no estilo de vida: fazem-se menos exercícios físicos.

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