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Saiba mais sobre a displasia coxofemoral nos pets

Comum em animais de grande porte, tratamento e cuidados com o manejo garantem a qualidade de vida dos bichos que sofrem com a doença

Juliana Andrade
postado em 07/04/2019 08:00
cachorro na beira do lagoBaruck tinha menos de 1 ano quando a professora Thamara Guimarães, 28 anos, percebeu algo diferente nos passos do cão. Toda vez que o rottweiler ficava muito tempo deitado, levantava mancando. O fato se tornou frequente e o diagnóstico veio em seguida: Baruck tem displasia coxofemoral.

A displasia é uma doença genética e hereditária, apresentada por uma malformação na articulação coxofemoral. Segundo o veterinário ortopedista Renato Silva, da Ortotec.Vet, geralmente, é caracterizada por uma subluxação ou luxação da cabeça do fêmur em animais jovens. Já em animais de idade mais avançada, é caracterizada por uma moderada a severa doença articular degenerativa.

Apesar de ser algo natural, o ambiente em que o cão vive e os hábitos podem influenciar na manifestação da doença. De acordo com a veterinária Carolina Freitas, da Cobasi, a displasia coxofemoral é mais comum em pets de grande porte; porém, pode surgir em cachorros pequenos. Os gatos também não estão imunes ao problema, mas os casos são menos frequentes.

Os sinais da displasia são notados no dia a dia do animal. ;Eles costumam mancar de uma ou das duas patas traseiras, sentem dor, ficam relutantes a praticar exercícios que eles faziam normalmente ou não aguentam fazer algumas atividades. É muito característica também a dificuldade para sentar ou levantar;, cita a veterinária.

O tratamento é feito com medicação, manejo e, em alguns casos, cirurgia. ;Existe uma variedade de procedimentos cirúrgicos para esse caso, o que vai definir qual o melhor método é a idade, a severidade do quadro clínico e como a articulação está;, explica Carolina. O veterinário Renato ainda indica a fisioterapia e a acupuntura para amenizar a dor e reforçar a musculatura.

Thamara conta que a displasia do Baruck, que hoje está com 3 anos, é leve e não foi necessário um tratamento muito severo. A professora permaneceu com acompanhamento veterinário, usou receitas caseiras, tomou os devidos cuidados quanto ao manejo do animal e incentivou o pet a nadar. ;Eu o levo muito para nadar, porque não é um exercício de impacto e fortalece a musculatura;, diz.

Prevenção

A prevenção também está nos cuidados diários. De acordo com Renato, para evitar a manifestação da displasia, é preciso manter o peso ideal do pet, com uma dieta adequada; evitar estimular o cão a correr dentro de casa ou em varandas escorregadias e não motivar o animal a ficar subindo e descendo dos móveis. ;Muito pet tem o problema estrutural, mas é magro, não teve sobrecarga na articulação, sempre conseguiu fazer atividade física e tem uma musculatura forte. Agora, se é um paciente jovem com a predisposição e que está crescendo com sobrepeso e sobe muito em cama, por exemplo, favorece a manifestação do problema;, alerta.

cachorroUm cão com displasia pode viver normalmente se tomados os devidos cuidados. Bili é a prova disso. O golden do servidor público Bruno Tempesta, 44, tem 7 anos e foi diagnosticado com displasia com 1 ano de vida. ;Eu fiz o exame preventivo e acusou o pior grau de displasia. Na época, o veterinário falou que aos 2 anos ele não estaria mais andando;, lembra Bruno.

Mas Bili é mais forte do que muitos pensavam. Bruno começou a tomar alguns cuidados em relação à criação do pet. Deu um composto caseiro, passou a controlar o peso e a evitar que ele faça exercício de longa duração, além de colocar o animal na natação. ;Ele tem uma vida normal. É superativo e é viciado em brincar de bolinha, mas eu controlo as brincadeiras também e só jogo na grama, para ele não escorregar no piso liso;, comenta.

Renato Silva alerta que é preciso ter cuidado com os compostos caseiros. O ideal é sempre seguir as orientações do veterinário. ;Se mantiver os cuidados de manejo, cuidar do peso e usar o protetor articular por um período prolongado, ele vai ter uma vida normal. Pode acontecer de ele voltar a manifestar os sinais, principalmente em períodos mais frios. Nesses casos, a gente entra com o tratamento clínico novamente, e eles voltam ao normal;, ressalta.

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