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Mudança de hábito: Mães contam como a alimentação melhorou após os filhos

Mulheres passaram a adotar um estilo de vida mais saudável por conta dos pequenos

Renata Rusky
postado em 05/05/2019 08:00
Sáskia Lima passou até a dar dicas de alimentação saudável para outras mães depois do nascimento de Sarah, Miguel e Henrique

Filhos vêm para melhorar a vida. Eles trazem o melhor tanto para as mães quanto para os pais. Alguns chegam até a adotar um estilo de vida mais saudável. É o caso da servidora pública Sáskia Lima, 39 anos, que, além de aprender a cozinhar, aventurou-se em receitas mais nutritivas e acabou transformando a experiência em um segundo ofício. E também da servidora pública Priscilla de Abreu Siqueira, 37, que, simplesmente, não tinha horário para comer e chegou a ficar com o colesterol bem alto.

Sáskia, mãe da Sarah, 6 anos, e dos gêmeos Miguel e Henrique, 2, morou muitos anos sozinha, mas nunca aprendeu a cozinhar. ;Eu comia muita coisa industrializada, muita comida congelada, pronta;, relembra. Quando se casou, aprendeu uma coisa ou outra, para receber os amigos. Mas foi só quando engravidou pela primeira vez, há mais de seis anos, que começou a realmente prestar atenção na dieta. ;A Sarah estava com restrição de crescimento e busquei orientação de um nutricionista;, conta.

O sinal precisou ficar amarelo para que ela passasse a caminhar para uma vida mais equilibrada. Foi na introdução alimentar de Sarah que a mãe usou uma panela de pressão pela primeira vez e teve que começar a comprar frutas e verduras regularmente. ;Não é que eu não gostasse, mas não tinha o hábito. Com ela, virou uma obrigação, e eu e meu marido passamos a comer também;, explica.

Depois dos 2 anos de Sarah, Sáskia começou a ficar preocupado. É quando a criança está liberada para comer tudo, inclusive um dos maiores e mais sedutores vilões: o açúcar. ;Eu fiquei com medo de todo o meu esforço ir por água abaixo e comecei a ter vários questionamentos. Com almoço e jantar era fácil: comida normal, arroz, feijão, carne, verdura, salada. O complicado eram os lanches. É onde costumam entrar as coisas menos saudáveis. Eu queria fugir do danoninho e da bolacha maisena;, afirma.

Começou a preparar os lanches. Mas sem abrir mão da praticidade. É tudo simples e alguns até dá para congelar. Tornou-se culinarista, adquiriu ainda a possibilidade de adaptar receitas que não são tão saudáveis, criou uma página no Instagram, a @lancheiradivertida, para dar dicas a outras pessoas e passou a dar cursos. ;As oficinas são sempre com nutricionista, e o meu foco é ensinar a fazer e mostrar como é lá em casa, como eu faço, o que eu crio e o que eu substituo;, esclarece.

Na casa, todos comem o que ela faz. O marido não abriu mão do chocolate e do refrigerante, mas gosta das receitas. ;O lanche que faço para as crianças, preparo para mim e para o meu marido. Como faço à noite, antes de dormir, a primeira fornada é nossa;, brinca. Com Sarah, Henrique e Miguel, ela trabalha o que é exceção e o que é rotina. ;O equilíbrio não mata. Eles sabem o que podem só de vez em quando;, orgulha-se.

Um processo


Mãe de Vinícius, 3 anos, e das gêmeas Maitê e Cecília, 11 meses, Priscilla acredita que muita coisa ainda pode mudar em sua rotina alimentar, mas já está muito melhor. Aprendeu a comer cenoura, brócolis e a colocar menos açúcar nos alimentos. Tinha o maior preconceito com quem falava muito sobre alimentação saudável. Por causa do filho, ela diz que ;abriu a cabeça;. Hoje em dia, entra no assunto e quer compartilhar experiências e receitas.

;Quando eu e meu marido nos casamos, o que tínhamos em casa eram sucrilhos, iogurte e leite;, conta. Comiam sanduíches de madrugada e ela costumava ficar sem almoçar. Não tinha horário para comer, e isso a levou a ter o colesterol alto. Engajada em mudar, quando o primeiro filho fez 3 meses e estava prestes a começar a introdução alimentar, fez um curso para aprender a preparar papinhas. ;Fui introduzindo, então, verduras na casa;, relembra.

Na jornada da alimentação saudável, conheceu o óleo de coco, começou a fazer omeletes e bolinhos saudáveis e substituiu a farinha branca por farinha integral. Até o que não gosta, faz um esforço para comer e eles comem bem. A servidora quer dar o melhor exemplo para os pequenos. E funciona. ;Temos que treinar o paladar;, recomenda.

Antes, Priscilla comia na rua e, às vezes, até ficava sem comer. Hoje, não faz mais isso. ;Preciso comer bem para ter energia para cuidar deles;, explica. Passou a levar marmita para o trabalho. Antes, se não levasse, pediria um fast food. Atualmente, quando não leva, pede um bife. ;Escolher coisas mais saudáveis está ficando automático;, orgulha-se.

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