postado em 14/07/2019 04:30
No grupo de amigos dos estudantes Gutta Proença, 23 anos, e João Victor Ribeiro Cicon Rosa, 22, e da professora Najla Leão, 28, a imersão é um dos pontos altos da brincadeira. Tanto que, muitas vezes, dando um plus ao jogo, eles encarnam os personagens, fazendo vozes e usando acessórios.
Fãs de videogames e de jogos de tabuleiro e desafio, eles enxergam no escape room um sonho virando realidade. ;Nós gostamos de fazer cosplay; então, essa é mais uma forma em que podemos nos transformar nos personagens e jogar, nos divertir;, diz Gutta.
O que eles mais gostam é de poder ir com o grupo de amigos. João Victor conta que, além do jogo, costumam surgir momentos engraçados, como quando uns assustam os outros encarnando os personagens ou quando criam gambiarras e conseguem ganhar o jogo da sua própria forma. ;Criamos as histórias. Nas salas de terror, sempre elegemos alguém para morrer primeiro, igual aos filmes mesmo.;
Najla afirma que o maior desafio é o mesmo que pode garantir a vitória: manter a calma! Como no grupo de amigos existe muita brincadeira e muito susto, é importante não perder o foco e a tranquilidade para conseguir se manter no jogo.
Além do trabalho em equipe e da calma, Gutta, João Victor e Najla afirmam que há curiosidade de se mexer em todos os objetos. Descobrir a sala e ficar atento a tudo que parece ligeiramente diferente são dicas para quem quer sair da ;prisão; em tempo hábil.
Trabalho em equipe
A advogada e professora de teatro Dhenise de Almeida Galvão, 40 anos, e a professora Lorena Dantas Figueiredo, 28, trabalham juntas em uma escola e ficaram próximas. O marido de Dhenise, o advogado e assessor político Fabrício Lima Galvão, 50, e os amigos de Lorena, o estudante Arthur Moreira Sudré e o professor André Victor Campos, 27, se conheceram em um evento e todos acabaram encontrando interesses em comum, como os jogos, e virando amigos.
Fabrício e Dhenise conheceram o jogo enquanto estavam de férias, no exterior, pela primeira vez sem os filhos. O casal visitava Lisboa e passava por uma fase difícil. Dhenise conta que teve medo de que eles acabassem brigando, mas ao vencer o desafio da sala juntos, se redescobriram como ótimos parceiros e se sentiram fortalecidos com a experiência.
Quando chegaram de férias, chamaram os amigos para jogar. Arthur e André já tinham conhecido o escape e, por serem fãs de jogos de tabuleiro, adoravam. A partir daí, surgiu o hábito. Hoje, eles têm até um grupo no WhatsApp para combinar os jogos. Tentam variar pelas salas de Brasília para manter o jogo emocionante, e o recorde deles, juntos, é de 46 minutos para sair de uma sala.
Para Dhenise, o mais interessante é o desafio de ter que articular a inteligência em grupo, e ela se diverte quando descobre um enigma que abre um novo espaço com vários outros segredos. Lorena concorda: ;Adoro quando a gente acha que desvendou algum mistério, mas é só o início de tudo;.
Já André diz que o que mais gosta é a interação com os cenários e a construção do enredo, que o levam para uma nova realidade. Para vencer, Dhenise defende mente aberta e muita concentração. O trabalho em equipe também faz parte da vitória e do atrativo do jogo. ;É impossível você jogar sozinho, e cada um é bom em alguma coisa. Isso facilita muito na corrida contra o tempo;, completa Lorena. A dica de André é: ;Revirar tudo que você encontrar e prestar atenção nos detalhes;.
Dhenise e Lorena ressaltam que também são fãs dos jogos de escape originais e têm alguns aplicativos no celular, onde jogam e afiam a mente para arrasar nos escape rooms.
Onde jogar
Atualmente, existem em Brasília três casas de escape, com de quatro a cinco salas cada uma, com histórias, níveis de dificuldade e quantidade de jogadores diferentes, além de classificação indicativa. Em Brasília, existe ainda a Fuga, uma empresa que cria jogos de escape personalizados.
ESC ; Escape Room
Endereço: SHCGN 712/713 Bloco B Loja 12
60 Minutos ; Escape Game
Endereço: Piso Inferior do Shopping Pier 21
Enigma 60
Endereço: SCLN 211 Bloco D, Subsolo
Fuga Escape Game
Telefone: 98277-7168
Nas redes
Jogos on-line e para celular que ajudam a afiar o cérebro para o escape room
- Spotlight: Room Escape
- Mysterious Room Escape
- E.x.i.t. ; Escape Game
- Granny
- O Quarto
- Samsara Room
- Cube Escape
A união faz a força
Os donos de escape em Brasília não costumam ver um ao outro como concorrentes. Eles têm um grupo no WhatsApp em que trocam informações e experiências. Uma das sócias do Fuga, Amina Demicheli, afirma que a concorrência não é problema no ramo. ;Quando a pessoa joga em um e gosta, vai querer jogar em outras salas. E é legal que tenham esse costume; então, nós mesmo costumamos indicar.; A empresa dela fechou as salas fixas, mas continua a fazer eventos de escape personalizado, de acordo com a necessidade e o gosto dos clientes, além de preparar eventos especiais, como pedidos de casamento e festas de aniversário.
Wagner Tomaz de Almeida, um dos sócios da 60 Minutos, lembra que ele e os amigos que criaram a empresa adoram jogar e, para isso, precisam das ;concorrentes;. ;A gente cria os enigmas das nossas salas sempre juntos. Queremos, com isso, que existam outros escapes, até para que possamos aproveitar.; E uma coisa é unanimidade: quem vai uma vez quase sempre volta, principalmente os que não conseguiram escapar.
Rodrigo Melo Xavier, outro sócio ds 60 Minutos, conta que o fato de existirem várias salas pela cidade facilita o negócio e a propagação. Os amigos que são viciados e terminam todas as salas de uma empresa jogam nas outras, e isso dá um tempo para a mudança.
Rodrigo explica que, desde que abriram, eles ainda não trocaram as salas, mas já têm planos e escapes prontos só esperando. ;O movimento nas salas atuais ainda não caiu, então, a gente quer deixar o máximo possível para que um público maior conheça as salas, e só mudar quando percebermos que a maioria já foi.;
Maria de Fátima Machado Gonçalves, uma das donas do Enigma 60, informa que eles também não mudaram as salas que têm há cerca de dois anos, mas planejam trocar quando a maioria do público já as tiver conhecido.
E para quem ainda não foi, mas pretende se aventurar, Fernanda Carvalho, gerente da ESC ; Escape Room, dá a dica: ;Recomendamos sempre iniciar pela de menor complexidade. Não se engane achando que será um desafio fácil. Na verdade, a maioria das pessoas que nunca jogou não consegue completar o desafio;.