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De mocinha a supervilã!

Depois de viver a empoderada Elisabeta, em Orgulho e paixão, Nathalia Dill se destaca como a vilã Fabiana, de múltiplas personalidades, em A dona do pedaço

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 14/07/2019 04:31
Desde que se lançou na tevê em 2007 na 15; temporada de Malhação, Nathalia Dill tem transitado por diferentes papéis. Mocinhas, justiceiras, cômicas e vilãs permeiam a trajetória da artista na televisão. No último ano, Nathalia foi a mocinha empoderada Elisabeta em Orgulho e paixão, inspirada na personagem de Elizabeth Bennet, de Orgulho e preconceito, de Jane Austen. Agora, a atriz dá vida a uma personagem que é completamente o oposto: a vilã Fabiana, de A dona do pedaço. Vingativa e rancorosa, a filha de Zenaide (Maeve Jinkings) tem feito de tudo para infernizar a vida da irmã mais velha, Virgínia, vivida por Paolla Oliveira, de quem tem inveja.

Para fazer essa transição, Nathalia Dill se inspirou em outras vilãs, como Carminha, de Avenida Brasil, e Laura, de Celebridade, além de ter assistido a filmes de vilãs com personalidades dúbias, como A malvada, de 1951. Ao Correio, a atriz fala da construção para dar vida a Fabiana, lembra a parceria com Caio Castro em Malhação, que foi retomada em A dona do pedaço, e ainda do papel da mulher no audiovisual brasileiro. Confira!

Entrevista / Nathalia Dill

Como se preparou para interpretar essa vilã depois de uma mocinha?
Foi uma grande transformação. Imagino o que Elisabeta acharia de Fabiana. Imagina esse encontro (risos). Como preparação para a personagem, assisti a filmes que tinham mulheres com uma personalidade dúbia, como A malvada. Me inspirei também em vilãs como Carminha, de Avenida Brasil, e Laura, de Celebridade. O texto do Walcyr (Carrasco, autor) é muito completo e já traz as referências da Fabiana. E trabalho com a Amora Mautner, nossa diretora, para transportar tudo que está ali no papel para a personagem. A preparação é um trabalho de equipe (risos).

Sua personagem tem tido cenas importantes na novela, como a revelação da identidade para Vivi, e por ser uma vilã com várias nuances. Para você, quais são os desafios e os pontos altos de fazer uma personagem assim?
Isso é muito desafiador ,porque Fabiana acaba sendo múltiplas personagens em uma só. Na mesma cena, vemos sentimentos diferentes dela, e isso exige uma preparação intensa, muito estudo do texto e ensaio. E eu adoro. Ter uma personagem com tantas nuances e mostrar muitas delas, às vezes, de uma vez, é muito instigante. Tinha muita curiosidade sobre como seria a reação do público, e está sendo maravilhosa.

A dona do pedaço é uma novela que fala muito sobre família. Para você, qual é a importância desse conceito ser discutido numa novela em horário nobre na tevê aberta?
Acho que é importante para a gente pensar sobre família e os diversos tipos. Pensar também sobre acolhimento, amor, aceitação. É uma novela sobre escolhas, sobre como as decisões que tomamos vão moldando nosso caminho. As tramas da história são muito ricas. Por exemplo, no horário nobre, falarmos sobre transexualidade no país que mais mata transexuais no mundo, de acordo com dados divulgados em novembro de 2018 pela ONG Transgender Europe. É um passo importante.

Você postou recentemente uma foto sua com o Caio Castro da época de Malhação e, agora, vocês estão novamente juntos no ar. Como são esses reencontros artísticos?
Está sendo muito divertido. E o público ainda pode rever nossa estreia na tevê, já que a nossa temporada de Malhação está sendo reprisada no Viva. É muito engraçado, porque este é o nosso primeiro reencontro profissional. Está sendo tão legal. E Rock, personagem dele, é o grande aliado de Fabiana em A dona do pedaço. Os dois ainda vão aprontar muito juntos. E os fãs se divertem. Essa foto mesmo que eu postei com o Caio na época de Malhação teve uma repercussão que me surpreendeu. É bom sentir esse carinho todo.

Vivemos um momento de força para as mulheres em diversos âmbitos, incluindo o audiovisual. Como você vê esse cenário? Sente que houve uma evolução?
Sinto que houve evolução, sim, e que estamos caminhando para evoluir ainda mais. Mas não podemos negar que há um longo caminho pela frente. Fico feliz de ver mulheres ganhando cada vez mais espaço, seja diante das câmeras, seja dirigindo, produzindo, roteirizando. E vemos cada vez mais produções com mulheres à frente. Big little lies é um ótimo exemplo. A série Boneca russa, da Natasha Lyonne, é outro: além de ser a protagonista, ela criou a história com Amy Poehler e Leslye Headland. Ava DuVernnay acabou de lançar a série Olhos que condenam, baseada em fatos reais. Quanto mais mulheres tivermos ocupando todos os espaços, mais ângulos diferentes vamos ter. A pluralidade da narrativa e das abordagens é importante e enriquecedora.


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