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ENTREVISTA / MAYARA ALBUQUERQUE, primeira-dama do DF

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 28/07/2019 04:10
ENTREVISTA / MAYARA ALBUQUERQUE, primeira-dama do DF

A primeira-dama do DF, Mayara Albuquerque, adotou uma postura proativa na posição que ocupa como mulher do governador Ibaneis Rocha. Não pensa em ser mera figura decorativa, quer trabalhar, e muito, para reduzir problemas sociais da capital. Entre as primeiras ações está a de disponibilizar a Residência Oficial do GDF para jovens e idosos. Aos 31 anos, Mayara não descarta a possibilidade de o marido concorrer à Presidência da República em 2022. ;Ibaneis não é de pensar pequeno.;

Brasília tem muitos gargalos e descasos vindos de gestões anteriores. Símbolo dessa herança, o Teatro Nacional permanece com as portas fechadas. O governo pretende olhar para a cultura do DF?
A responsabilidade do teatro é do GDF. Eu tive uma reunião nesta semana com Osmar Terra (ministro da Cidadania do governo Bolsonaro) e acabamos falando nesse assunto. O teatro está na lista de prioridades do governo do DF, deve reabrir até o fim do ano. Mas, para isso, precisa de reforma... O ministro Osmar Terra se colocou à disposição para capitanear recursos e nos ajudar com o teatro. O ministro disse que quer criar algum tipo de estímulo para trazer boas atrações para a cidade. Faremos uma parceria, provavelmente. Isso certamente está no meu radar e faz parte da minha agenda.

A senhora também se mostra sensível às questões sociais...
A maioria das pessoas achou que eu seria uma primeira-dama figurativa. Busco a melhoria de áreas que precisam de atenção e sensibilidade. Os velhinhos, crianças, adolescentes, usuários de hospitais públicos...

Como será o seu envolvimento com a saúde pública?
Criamos um projeto para capacitar e estimular os servidores a tratarem bem os usuários da rede pública. O nome do programa é Humanizar. Queremos que as pessoas sejam respeitadas, que haja preparo da equipe de atendimento para receber quem vai lá em busca de ajuda. Meu filho, Matheus (hoje com 7 meses), se engasgou aos 2 meses e, quando o levei ao hospital, eu estava desesperada. Queria que o hospital parasse para me atender. Certamente, todos se sentem assim... E precisa ter alguém que saiba lidar com isso. Quem está ali tem obrigação de tratar bem o usuário.

Como surgiu a iniciativa de promover, em nome do Palácio do Buriti, a campanha do agasalho?
Os últimos dias foram muito frios. Na rua, então, a situação é pior ainda. No meu gabinete, não tem muito isso de horário: tenho a ideia, mobilizo os integrantes da equipe e fazemos nosso melhor. Essa demanda do agasalho foi uma coisa que surgiu à noite e, no outro dia, estava todo mundo empenhado. A campanha do agasalho é tradicional no país, em São Paulo, no Rio Grande do Sul... Mas novidade em Brasília. Conseguimos 12 mil arrecadações, entre os cobertores e blusas de frio, distribuídas em todas as regiões do DF.

A senhora disse que tem um foco especial para os jovens. Como será essa atuação?
Pretendo, por exemplo, trabalhar para que eles consigam o primeiro emprego. Mas também tenho outras ideias: uma delas é promover uma tarde beneficente, com comida e diversão, para os adolescentes com as melhores notas nas escolas públicas do DF. Pensei numa parceria com o Na Praia. Os sócios estão abertos. Queria que isso ocorresse ainda neste ano, mas deve ficar para o ano que vem. Se todo mundo vai a essa festa, nosso jovem da escola pública, que se esforça nos estudos, também deve ter essa oportunidade. O espaço é público, a estrutura é linda... Acho que pode ser uma boa parceria.

Os compromissos sociais são muitos. De festas a eventos. Como conciliar toda a agenda?
O povo de Brasília gosta muito de falar com o Ibaneis, e ele também gosta desse carinho. Aí, é natural. Gostamos de ver gente. Mas o Ibaneis gosta de ser o centro das atenções, nossa casa toda se movimenta em função dele. Digo que é meu filho que mais me dá trabalho.

E a Residência Oficial do GDF, em Águas Claras? Está fechada?
Achei a casa precária. Teto caindo, coisa quebrada. Minha intenção é fazer daquele lugar um centro de atendimento à comunidade. Podemos aproveitar a piscina para dar aulas de hidroginástica para idosos. O campo, para fazer turmas esportivas para jovens. Oferecer áreas de psicologia para mulheres que sofrem violência doméstica... Mas o Ibaneis não quer dar dinheiro para reformar. Estou fazendo um projeto formiguinha para conseguir doações dos empresários da cidade.

Temos duas primeiras-damas brasilienses, a senhora e Michelle Bolsonaro...
Quando soube que ela também era do DF, pensei: ;Vamos unir forças! Vai ser ótimo!”. Meu primeiro contato com ela foi no lançamento de um projeto para crianças. Depois, a encontrei numa embaixada. Já me apresentei e coloquei o GDF à disposição, mas ainda não estreitamos laços. Não temos proximidade, eu nem tenho o telefone dela. Mas um dos ministros do presidente disse que vai agendar uma reunião para nós duas. É o que está faltando.

A senhora está usando brincos com o formato das pilastras do Palácio da Alvorada (residência presidencial). Expressa sua vontade de ;subir; para lá?
Talvez tenha uma mensagem subliminar no brinco, mas ganhei de presente. Tem meu nome gravado atrás. Agora, falando sério, o Ibaneis não é de pensar pequeno... Ele tem condições (de ser candidato a presidente). Mas cogitar isso agora é precoce. Antes, precisamos de um bom governo no DF. Mas se o governador sentir que tem condições... Não temos certeza, mas está no radar, sim. Acredito que o Ibaneis sonhe com a Presidência da República.


O radar do PSL
Aproveitando o recesso parlamentar para sentir o clima da base nos estados e municípios, deputados federais e senadores começam a desenhar, em conjunto com governadores, quem serão os candidatos das eleições de 2020. No diretório do PSL, que pretende concorrer em cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a expectativa é de que o presidente Bolsonaro continue impulsionando as candidaturas. Somente no Rio, porém, o partido pode contar com o apoio do governador, o ex-juiz Wilson Witzel, um dos poucos eleitos pela sigla do presidente.


Reforma raiz
O deputado Vinicius Poit (Novo-SP) arregaçou as mangas para reformar o gabinete 558 ; onde trabalha. Inicialmente, um projeto feito em São Paulo custaria R$ 150 mil. O dinheiro, conta, seria captado com doadores. Mas o projeto soou meio exagerado e o parlamentar preferiu fazer tudo mais simples: custou menos de R$ 2 mil! Na foto, Poit, que posou para a coluna, ajuda a fazer as compras dos materiais utilizados.


Dinheiro não é capim
A direção administrativa do Congresso Nacional parece não entender a crise econômica que vivemos. Mesmo com as atividades legislativas suspensas até a semana que vem, as luzes das comissões e do plenário ficam constantemente acesas. Muitas vezes, o ar-condicionado permanece ligado. Parece pouco, mas quem paga a conta (que não é barata) é o contribuinte. Os contratos com a CEB (Companhia Energética de Brasília), somam R$ 115.812.976,17 até 2022.


Anacrônico
Durante as comemorações do Orgulho Gay no Brasil, no fim do mês passado, a funcionária de uma empresa pública enviou carta para colegas parabenizando os LGBTI+, como se falasse em nome da empresa pública. Acabou perdendo a função de coordenação que ocupava.


A foto do presidente
Espalhada pelos ambientes do Palácio do Planalto, a foto oficial de Jair Bolsonaro como presidente da República também figura no apartamento do caçula da família, Jair Renan. Além da imagem do pai, pendurada na parede da sala, Jairzinho ostenta a imagem que sugere não às armas. Será que o menino é contra uma das principais bandeiras do pai?

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