postado em 11/08/2019 04:09
Os crescentes movimentos antivacinais vêm trazendo à tona doenças anteriormente erradicadas, como o sarampo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, do início de 2018 até janeiro de 2019, já foram 10.274 casos da enfermidade. Além disso, nos últimos dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou casos em mais de 150 países.
Além de trazer de volta doenças erradicadas, a falta de imunização afeta quem está impedido de se vacinar ; caso dos transplantados e de pacientes imunodeficientes. Eles não podem fazer uso de vacinas com vírus ativos, devido à deficiência no sistema imunológico. Como não conseguem se defender, correm o risco, inclusive, de contraírem a doença.
;Nesse tipo de paciente, a imunização se dá pelo que chamamos de proteção de rebanho, ou seja, as pessoas que estão ao redor e estão com a vacinação em dia diminuem as chances de os pacientes de risco contraírem a doenças. Mas essa proteção só é eficiente quando há cobertura vacinal acima de 95%;, explica o infectologista do Laboratório Exame Alberto Chebabo.
Para especialistas, essa onda antivacinal se baseia em argumentos falhos e sem comprovação científica, como falta de eficácia das vacinas, debilitação do organismo, alergias, autismo e retardo mental. ;No geral, elas são o método mais eficaz de prevenção das doenças. Nós temos hoje disponíveis vacinas com altos graus de eficiência, como a contra a febre amarela, que tem 90% de êxito;, garante Alberto.
De acordo com o infectologista, as falhas são raras. E, no geral, são resultado de fatores externos, e não da composição da vacina, podendo se dar por erros no armazenamento e no transporte ou ainda quando o paciente tem baixa resposta imunológica, como os soropositivos e os obesos. ;Em muitas vacinas, é possível até mesmo fazer o exame de sorologia para verificar a eficácia da imunização, como nas vacinas contra hepatite B. Em algumas outras, como a de HPV, não há como fazer essa sorologia, mas estudos já são comprovação suficiente de sua eficiência.;
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte