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Quando o cérebro não vê

Pouco conhecida, a síndrome de Irlen é um problema no processamento cerebral do que os olhos enxergam. Pode ser confundida com dislexia e levar a dificuldades escolares

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/10/2019 04:18
Problemas de visão, como miopia e astigmatismo, são bastante comuns. Todos estão relacionados à anatomia do olho do paciente, de estruturas como córnea e cristalino ; lentes que determinam o foco de luz sobre a retina ; ou da íris, onde é feito o controle dinâmico da luminosidade. Mas e quando os olhos estão absolutamente normais e, mesmo assim, a criança não lê bem, pula letras?

O diagnóstico pode ser confundido com vários outros que envolvem dificuldade de aprendizado, mas pode ser só um problema neurovisual relativamente fácil de ser resolvido. A oftalmologista Márcia Guimarães, referência no tema no Brasil, explica que a resposta pode ser a síndrome de Irlen, um problema no processamento das informações recebidas pelos olhos.

;A visão tem duas etapas. A primeira é quando o olho recebe o estímulo visual, e a segunda quando o cérebro decodifica aquilo. É a segunda etapa que é prejudicada em quem tem a síndrome;, esclarece. Segundo ela, oftalmologistas, em geral, estão focados só na primeira etapa e, por isso, não estão familiarizados com a síndrome. Por isso, além de pouco conhecida, ela é também subdiagnosticada.

Muitas vezes confundida com dislexia por causa do rendimento ruim da criança na escola, a síndrome de Irlen se apresenta em três graus ; grau leve, moderado ou grave. Nos casos mais simples, uma lâmina usada durante a leitura resolve o problema. Nos graves, porém, é preciso a adoção de óculos especiais importados.

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