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Saltando alto

Exercícios com foco em pulos são a chave para desenvolver potência muscular

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 13/10/2019 04:18
Exercícios com foco em pulos são a chave para desenvolver potência muscular
Por definição da física, potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada. Na malhação, a potência é usada sempre que é preciso ;dar aquele gás;. E uma das melhores formas de desenvolver treinamento de força explosiva é com saltos. Pular corda, saltar na caixa ; como o box jump, que tomou as academias de crossfit ;, se arriscar no kangoo jump são algumas variações com foco em pulos.

O educador físico Talles Henrique, da Academia Unique, afirma que todos podem seguir um treino com saltos. ;Basta adaptar os exercícios de acordo com o perfil de cada um;, ensina. Alguns já fazem isso naturalmente ; jogadores de futebol, basquete, vôlei, ginastas, praticantes de atletismo e até nadadores. Mas quem não é atleta também deve estar com esse atributo afiado. Talvez, mais do que se possa imaginar. ;Para pessoas idosas, a potência obtida com saltos melhora o equilíbrio e pode prevenir quedas, que são um perigo nessa fase;, exemplifica Talles.

Pular é um exercício complementar importante em todas as etapas do treinamento físico: prevenção, desempenho e recuperação. Segundo o personal, o ato de pular trabalha articulações exigidas pelo corpo no dia a dia, deixa tudo preparado para os movimentos que virão, consegue prevenir possíveis lesões e melhora o desempenho nas atividades cotidianas e na prática de esportes.

Um treino de pulos bem pensado também devolve a potência que a pessoa tinha no passado. Funciona como reabilitação, seja para pessoas com idade avançada e limitações motoras, seja para um atleta prestes a retornar às atividades.

Se o movimento for realizado de forma segura, os ganhos são muitos. O professor de educação física Guilherme Salles, personal e especialista em treinamento para atletas, acrescenta: ;O indivíduo ganha autonomia, melhora a flexibilidade, a força e o equilíbrio, além da capacidade de responder rapidamente a algum estímulo;.

Pliometria

;Plio; quer dizer ;mais numeroso;. ;Metria; é ;medidas;. ;É fazer o máximo de repetições no menor espaço de tempo possível;, define Talles. A pliometria, ciclo alongamento-encurtamento, é um treino de força explosiva que usa movimentos bruscos e rápidos e mescla séries de saltos variados.

Mas vale prestar atenção à frequência dos movimentos. Repetições demais, na verdade, não trabalham potência. Os treinos devem ser curtos; caso contrário, o desempenho dos saltos cai: a altura diminui e o indivíduo perde força.

Esses saltos podem fazer parte de um circuito, que mescla pulos com outros exercícios, por exemplo. Mas Guilherme alerta que, com a massificação do treino funcional e do crossfit, às vezes, algumas orientações precisam ser contestadas. ;Um trabalho de 100 saltos não é um trabalho de pliometria. As justificativas para treinos assim costumam ser errôneas e absurdas;, avalia.

Marco Figueiredo, 35 anos, pratica ciclismo de cinco a seis vezes por semana. Quando o treino é de velocidade, ele sai de casa, pedalando, em direção ao Parque da Cidade. Nos dias de treino mountain bike, percorre trilhas. Para aguentar o ritmo do pedal nessas duas variações e evoluir, Marco incorpora exercícios com foco em saltos à rotina fitness. O treino pliométrico que segue tem o salto na caixa como um dos exercícios ; modalidade que vem do crossfit.

;É um treino de extrafortalecimento, como gosto de falar. Passei a praticar quando senti que precisava melhorar meu rendimento na bike. E, de fato, ajuda na minha estabilidade em cima da bicicleta e trabalha o core ; que é a musculatura que preenche todo o tronco. E cansa! As pernas se esgotam;, conta.

Para Márcio, o salto vertical é desafiador e envolve muita técnica. Apesar de a aterrissagem no caixote ter um impacto menor do que teria no chão, existem posições corretas para cada etapa do movimento. ;Para descer da caixa, faço um salto. Na subida, já preciso de muita potência e consciência para cair com os dois pés na caixa;, explica.

*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

Risco de lesão

De acordo com Guilherme Salles, saltar é complexo. Exige muita capacidade motora e neuromuscular para controlar o movimento na aterrissagem, dar sequência e partir para o salto seguinte. Caso contrário, há sobrecarga dos membros inferiores e aumenta a chance de lesão nos joelhos, quadril e coluna. Veja como evitar lesões:
  • Esteja sempre calçado adequadamente. O tênis deve suportar os impactos da atividade.
  • Procure uma superfície apropriada para aterrissagem.
  • Mantenha a postura correta!
  • Busque orientação profissional ; nada de inventar saltos nem repetições.
  • Se não estiver dando conta, peça ajuda a um profissional. Os exercícios de pulos podem ser adaptados.

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