Giovanna Fischborn
postado em 17/11/2019 08:00
[FOTO1]
Há quem tente mexer na terra, mas constata que não tem ;mão boa; para plantar. Outros creem ter pouco tempo para a atenção que um cultivo requer. Não é por acaso que a procura por terrários cresceu na última década. Manter um vidrinho dentro de casa ; ou no escritório ; é um ótima saída para levar um pouco de verde para ambientes fechados sem se preocupar muito com a manutenção.
É por esse motivo que Cida Rodrigues, da VerdeArt Terrários e Mini Jardins, garante que os terrários saem na frente em praticidade se comparados a arranjos comuns. É que, com o recipiente fechado, o ecossistema de dentro se torna autossustentável. Como explica Cida: ;Depois de molhar as paredes internas do pote ; não se deve irrigar a planta diretamente ;, chega a um ponto em que a água ali evapora. Depois, condensa. Nesse estágio, é possível até ver gotículas nas paredes do vidro. Daí, a água retorna ao ;solo;. É o ciclo da água reproduzido em menor escala e, assim, é possível manter a umidade no vaso;.
Mas não é qualquer espécie que se adapta bem a esse modelo. As mais adequadas são as plantas de pequeno porte ; como as do tipo briófitas, de desenvolvimento mais demorado ;, que gostem de umidade e sombra. O terrário pode ficar até embaixo de luz artificial, porque gosta de claridade.
Afeto compartilhado
Cida, cujo primeiro contato com terrários ocorreu quando procurava um presente para a cunhada, acredita que o diferencial das peças é justamente a capacidade que eles têm de reproduzir memórias e, assim, serem tão ricas em valor afetivo.
Eiiti Yuri, idealizador da Nano Garden Terrários, compartilha desse sentimento. Quem vai atrás dos produtos da Nano Garden quer recordar uma viagem que fez, ou vai se casar e quer o terrário para decorar ou dar de lembrancinha para os convidados, por exemplo.
É importante ressaltar que todas as plantinhas no vidro são naturais. ;Essa é nossa missão: entregar um pedacinho de natureza. Faz tão bem. E também tem o lado do mercado sustentável. A escolha por terrários está muito ligada à preferência por produtos diferentes, feitos por produtores locais em detrimento do artificial;, acrescenta.
O terrário mais antigo do mundo
Em 1960, o inglês David Latimer colocou algumas plantas em uma garrafa de vidro. Hoje, ele ainda mantém esse terrário em casa. O que impressiona é que ele regou as plantinhas pela última vez em 1972! O recipiente fica fechado com uma rolha e David tem o cuidado de girá-lo para que todas as plantas possam absorver luminosidade e crescer igualmente.
Faça o seu
- Escolha do recipiente
O pote deve ser o mais transparente possível.
Para fechá-lo, use uma tampa de cortiça, tipo rolha, ou cera de vela.
Outra opção são os recipientes herméticos, que vedam melhor a passagem de ar.
- Escolhas das plantas
Em geral, são recomendadas plantas rasteiras e mais rústicas, como as briófitas. Algumas espécies que se adaptam bem aos terrários são: musgo verde, musgo fofão, fitônias e peperômias.
- Montagem
Prepare a base do recipiente com uma camada destinada à drenagem, que pode ser feita com pedriscos, seguida de uma camada de areia, uma de carvão ativado e, por fim, de terra preta.
Dependendo da dimensão da abertura do pote, pode ser preciso usar uma colher ou uma pinça para posicionar e espalhar os materiais.
Finalize com elementos decorativos, como pedras e conchas. As miniaturas feitas de plástico se adaptam superbem.
- Cuidados
Irrigue as paredes do pote com borrifador. Não molhe diretamente as plantas.
Depois de irrigar, recomenda-se deixar o pote aberto por aproximadamente cinco horas, para o excesso de água evaporar.
Os terrários são irrigados a cada um, dois ou três meses. A necessidade varia de acordo com o tipo da tampa, se a água já evaporou e depende também do tamanho do terrário. Mantenha-o em local fresco, longe do sol.
Os minijardins, geralmente feitos com suculentas, devem receber água uma vez na semana ou de 15 em 15 dias.
Fontes: Cida Rodrigues, da VerdeArt Terrários e Mini Jardins
Eiiti Yuri, da Nano Garden Terrários
[FOTO5]
[FOTO3]
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte