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Não surte!

Pesquisas mostram que os níveis de estresse crescem assustadoramente no fim do ano. Entenda os motivos e veja como encarar os compromissos de fim de ano com tranquilidade

postado em 15/12/2019 04:08
O fim de ano costuma vir repleto de significados, sejam eles positivos, sejam negativos. E o que para uns representa o fechamento de um ciclo e uma nova chance de recomeçar, para outros simboliza turbulência. Segundo pesquisa da International Stress Management Association, o estresse individual aumenta 75% e atinge 80% da população neste período do ano.

E não é só o estresse que aumenta ; ansiedade, angústia, alterações de humor, insônia ou sono em excesso, dores musculares constantes e fadiga também são comuns no período. Se considerarmos que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo (18,6 milhões de brasileiros, ou 9,3% da população), o cenário é alarmante.

Há diversos motivos que desencadeiam o chamado New Year;s blue. Segundo Vivian Wolff, especialista em desenvolvimento humano e mindfulness pelo Integrated Coaching Institute (ICI), essa carga emocional se configura porque o final de ano é uma época em que o indivíduo é submetido a inúmeros balanços e avaliações. ;O anseio por renovação, seja no lado pessoal, seja no profissional, pode desencadear a sensação de preocupação excessiva, desconforto e angústia;, aponta.

O quadro, inclusive, pode agravar a saúde do corpo, pois provocar aumento de índices glicêmicos e arteriais, além de ser um possível gatilho para o desencadeamento de depressão. ;Muitas vezes, o estresse gerado por sobrecarga, aliado ao sentimento de frustração em relação a metas que não foram cumpridas ou objetivos que ainda não foram alcançados, pode gerar sentimentos de impotência, que, associados a um perfil de elevada cobrança pessoal, podem configurar o quadro depressivo;, aponta Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em avaliação psicológica e neuropsicológica.

Segundo Vivian Wolff, os efeitos podem ser revertidos ao mudar a perspectiva pela qual a situação é analisada, mas, caso a melancolia persista, a ajuda de um profissional é recomendada. ;Uma dica simples para diminuir a ansiedade é fazer, diariamente, algo que lhe proporcione prazer, alegria. Seja ouvir música, ler um livro, caminhar, meditar, seja assistir a um filme ou praticar uma atividade física. Qualquer coisa que, de preferência, seja saudável e lhe faça bem;, recomenda.

Outro ponto apontado por Elaine Di Sarno é saber abandonar metas planejadas que já não condizem com a pessoa que você se tornou ao longo do ano. ;Somos seres em eterna mutação, seja internamente, seja pela necessidade de seguir a evolução do mundo. Portanto, se o indivíduo havia feito vários planos, mas depois perdeu a identificação com eles, o ideal é seguir a intuição e mudar a rota. Trace metas que estejam alinhadas com seu ;eu; atual, com suas novas perspectivas de vida;, recomenda.

A mudança não deve ser encarada como motivo de fracasso. ;Momentos como esses podem ser motivadores para repensarmos e planejarmos a vida, e podem se tornar sua grande virada pessoal e profissional.; Mas a psicóloga lembra que isso só será possível se você realmente colocar a mão na massa e encarar os sacrifícios. E alerta: nada de postergar as metas. ;Se seu planejamento já está definido, não deixe para dar início na segunda-feira. O ;agora; é o seu momento.;

*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

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