Revista

Companheiras aladas

Entre as aves preferidas como pet, as calopsitas fazem a alegria dos donos, mas precisam de atenção veterinária como qualquer outro animal de estimação

Correio Braziliense
postado em 26/01/2020 04:09
Entre as aves preferidas como pet, as calopsitas fazem a alegria dos donos, mas precisam de atenção veterinária como qualquer outro animal de estimação

Na casa de Yasmine Cruz, 28 anos, ninguém acorda com despertador de celular. Não precisam. Tão logo o Sol começa a iluminar o céu, as quatro calopsitas e os quatro periquitos da casa disparam a cantar. O dia da família começa cedo.

Yasmine teve uma calopsita, pela primeira vez, em 2016. Com pouca experiência, Neco, como foi apelidada, acabou fugindo. Mas a família pegou amor pela espécie. Os periquitos foram doação. “É uma companhia, um convívio bom que temos com eles. Foi uma surpresa. Não sabíamos como seria”, afirma a jovem. As quatro atuais se chamam Walle, que tem a aparência mais padrão; Eva, que é cinza; Zuzu, que também é cinza, mas se diferencia por ser mais robusta; e Adam, que é escuro.

Os pássaros vivem soltos dentro de casa, passeiam pelos cômodos. As quatro calopsitas ficam sempre juntas. Se uma se separa, todas piam até que estejam reunidas de novo. Têm uma área apenas para comerem, beberem água e dormirem. Só Walle gosta de ir na mão dos donos. Os outros só vão quando estão assustados com algo, como com o cachorro da família, que eles mantêm bem longe.

A procedência

A veterinária especialista em animais silvestres Mônica Elias explica que é importante investigar a procedência dos animais quando os adquirir, não só para ter certeza de que eles não vêm do tráfico de animais, mas também para garantir a saúde de todos os envolvidos.

“Existem criadouros com o manejo mais correto e outros que colocam muitas aves na mesma gaiola passando doenças umas para as outras”, lamenta. Segundo ela, às vezes são comprados já doentes, mas só têm sintomas com o proprietário.

O ideal seria levá-los a uma consulta, especialmente por causa das zoonoses, doenças que podem ser transmitidas dos bichos para os humanos. No entanto, Mônica afirma que, após comprar um animal barato (uma calopsita pode custar até R$ 15), poucas pessoas estão dispostas a pagar um veterinário. Até porque, por se tratar de um animal silvestre, o profissional e o tratamento costumam ser mais caros. “Tem as doses específicas, tem que manipular medicação”, cita as dificuldades.

A principal zoonose das aves é clamidiose. Embora pelo nome lembre a doença sexualmente transmissível, é uma doença diferente. Também chamada de clamidiofilose, febre dos papagaios ou psitacose, pode passar pro humano, que terá sinais de gripe. “Em crianças, imunossuprimidos e idosos, é grave”, destaca Mônica.

Como cuidar

Os cuidados básicos a uma calopsita começam por onde o bicho deve ficar. Se vai ficar solto, a casa ou o apartamento deve ter tela em todas as janelas. Se vai ficar em gaiola, ela deve ser grande o suficiente para que a ave consiga abrir as asas com conforto.

Caso seja necessário colocar papel na base da gaiola para evitar excesso de sujeira no chão, vale observar se a calopsita tem mania de comer o papel. “Se ele picar o papel, é melhor usar papel pardo ou toalha de papel, pois ela pode se intoxicar com a tinta”, adverte.

A limpeza da gaiola deve ser feita todo dia, e a água ser trocada na mesma frequência. “Existem rações de boa qualidade, mas os donos podem acrescentar petiscos como ramo de cenoura, rúcula, pedacinhos de ovo cozido uma ou duas vezes na semana, castanha de caju”, recomenda Mônica. Mas ela alerta que nada deve ser dado em excesso.

Quanto à questão social, ela alerta que cada ave vai ter sua personalidade. Nem todas vão querer ficar no dedo. “Depende de como ele foi criado. Isso pode ser contornado passando bastante tempo com o animal, até ele se acostumar com você”, indica.
 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags