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Estratégias fitness que melhoram a concentração e a memória

Entre especialistas, é unânime que a saúde da mente é resultado de uma série de esforços saudáveis. Veja em quais estratégias apostar para melhorar o foco e a memória

Correio Braziliense
postado em 27/01/2020 17:41
Ana Luiza faz exercícios e monitora a alimentação:
Prestes a encarar uma maratona de estudos ou horas de trabalho? Anda esquecido e quer deixar a memória em dia? Manter a concentração e a produtividade faz muita diferença.

Para a cabeça render mais e alcançar bons resultados de forma saudável, um combo de dicas tem tudo a ver: seguir uma alimentação balanceada, praticar atividade física regular, ter estímulos cognitivos e dormir bem. Empenhar-se nesses pontos e renovar o cardápio ajudam a silhueta e também a atividade mental.

A neurologista Sonia Brucki, integrante da Comissão de Ensino da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), explica que o cérebro pode, sim, adaptar-se — processo que ocorre durante toda a vida. É questão de hábito. “Desde 2010, pesquisas confirmam que, com práticas saudáveis e atividades que instigam o cérebro, como jogos e discussões, fica mais fácil aprender novas informações e também fortalecer memórias.”

Comida esperta


Nos estudos da área, a dieta mediterrânea — rica em peixes, cereais integrais, castanhas, azeite de oliva, frutas, vegetais e pouca carne vermelha — aparece como uma superaliada da saúde da mente. O que se dá, principalmente, pela presença de ômega-3 e de propriedades antioxidantes.

Segundo a nutricionista Mariana Corgosinho, do grupo de nutrição Leve Descomplica, os radicais livres, cujo efeito é justamente amenizado pelos antioxidantes, podem danificar os neurônios e envelhecer o cérebro. Por isso, ela recomenda investir em alimentos com esse composto: açaí, chocolate amargo, gengibre, sementes e frutas vermelhas.

“Inclusive, consumir gorduras boas também é importante. São elas que compõem a membrana dos neurônios e, portanto, têm muita influência na produção de neurotransmissores, responsáveis pelas sinapses, que é a interação entre os neurônios”, explica.

Suplementos com componentes como a taurina, o ômega 3 dha e o magnésio podem ser indicados, com controle de dose, conforme necessidade. De acordo com a nutricionista Bruna Garcia (no instagram: @garciabrunanutri), a taurina, que é um pedacinho de proteína, quando associada a outros micronutrientes, ajuda na transmissão de neurotransmissores.

A especialista, que atende com Mariana, chama a atenção para a cafeína, outro estimulante que também pode ser suplementado, mas que deve ser calculada individualmente para evitar ansiedade em algumas pessoas — apesar de serem raros os casos em que isso ocorre.

Para as nutricionistas, a boa alimentação associada à atividade física regular e momentos de autocuidado é combinação que “resolve tudo”. É importante reforçar que não cabe somente à alimentação o papel de estimulante do cérebro. Dedicar-se a todas essas práticas é que um caminho poderoso para preservar a memória e estimular aprendizados.

Bruna confirma que é muito comum pacientes chegarem no consultório com queixas de fadiga mental e, então, passam a seguir um planejamento alimentar que busca favorecer o cérebro. E garante: “algumas mudanças fazem uma diferença enorme no rendimento dos estudos e no trabalho. Mas, claro, é uma multiplicidade de fatores.”
 

Resultado: produtividade


Ana Luiza Villas, de 21 anos, é uma dessas pessoas que se policia quando o assunto é alimentação e atividade física. Além disso, investe em práticas de autocuidado. Ela reconhece que a recompensa vem em vários aspectos. “Já mudei muito minha alimentação. Hoje, faço suplementação com ômega 3. Meu corpo começou a funcionar melhor desde então, e pude notar, inclusive, uma melhora na concentração”, diz. Como concilia o trabalho e a faculdade de gestão financeira, não pode parar!

Outro artifício que Ana Luiza insere na rotina é tentar acordar cedo, sempre. Evita passar do horário para, assim, iniciar o dia com calma. Também medita por 10 minutos antes de sair de casa, pela manhã. Durante o dia, ainda arruma um tempinho para malhar. Pratica musculação e faz aeróbico todos os dias. E, quando dá, encaixa uma ida ao parque.

No fim da tarde, quando costuma se dedicar aos estudos, fazer um intervalo é importante para recuperar o fôlego. “Chego a estudar até três horas por dia. Por isso, descanso 10 minutos entre uma hora e outra, tomo um chá para distrair um pouco e volto a me concentrar. Às 22h, já procuro relaxar ao máximo para poder dormir. Assim, raciocino melhor no dia seguinte.”

Escolha certo

  • Estimulam a atividade mental: açaí, chocolate amargo, açafrão, gengibre, sementes — como linhaça, chia, sementes de abóbora — azeites de oliva e de semente de uva, frutas vermelhas e também frutas gordurosas, como abacate e cacau.
  • Envelhecem o cérebro: industrializados e ultraprocessados. Atenção para a farinha branca, o açúcar e aqueles ingredientes “escondidos nos rótulos”, como conservantes e adoçantes.

 
Descansar, sim!

A qualidade do sono é definidora da saúde da atividade mental. A nutricionista Bruna Garcia sugere dormir de sete a oito horas ininterruptas para garantir essa fase cognitiva durante o sono.
Para recuperar o corpo de desgastes do dia e ajudar a cabeça, a especialista recomenda:
 
  • A luz do telefone, computador, tablet e da televisão interfere na produção de melatonina, que é o hormônio do sono. Por isso, escape dos aparelhos perto da hora de dormir.
  • É bom lembrar: a cafeína no fim do dia é estimulante. Evite!
  • Chás calmantes ajudam a preparar o corpo para descansar. Aposte nos de camomila, passiflora e chá de erva-cidreira.
  • Manter o ritmo e produzir é superinteressante. Mas dar uma pausa rápida no trabalho ou durante os estudos ajuda a retomar as atividades com mais gás.
 
 
 
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira

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