Correio Braziliense
postado em 06/02/2020 10:55
No passado a epidemia de sífilis assustou e assolou o Velho Mundo e, infelizmente, aterroriza os dias atuais também. É uma infecção sistêmica, curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. O tratamento mais usado são as injeções de penicilina benzatina (benzetacil), um antibiótico, e a maior forma de prevenção é camisinha. É uma doença sexualmente transmissível e pode matar.
A transmissão é principalmente pela via sexual quando há uma relação sem preservativo com uma pessoa infectada. Também pode ser transmitida de forma vertical, ou seja, de mãe para o filho durante a gestação ou no parto, caso ela não tenha tratado.
“Podem apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios. A que ocorre na gravidez é chamada de sífilis congênita”, afirma a médica infectologista Lívia Vanessa Ribeiro Gomes. “Essa enfermidade pode levar ao aborto ou parto prematuro. O bebê pode nascer com surdez, cegueira, deficiência mental, atraso intelectual/cognitivo”, alerta ela, graduada em medicina pela Universidade de Brasília (UnB).
A outra forma de infecção por esse microrganismo é por transfusão sanguínea. Para a especialista em clínica das doenças infecciosas e parasitárias, essa forma é pouco frequente e rara, porque hoje em dia o sangue é testado. A medida mais importante de prevenção da enfermidade é uso correto e regular da camisinha.
Casos
A Secretaria da Saúde do Distrito Federal registrou até agora 1.841 casos de sífilis adquirida em 2018. A população masculina é a mais afetada, 72% dos casos, entre 20 e 39 anos (62,3%), declarados pardos (40,9%) e com ensino fundamental incompleto (28,8%). Os dados de 2019 ainda não foram compilados, segundo a secretaria.
A sífilis também tem preocupado o restante do país. Uma das especulações é a falta de conscientização sobre essa infecção. “Hoje, temos medicamentos efetivos para o controle de doenças, como a Aids e a maioria das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Isso fez com que as pessoas deixassem de se preocupar com o sexo seguro, incluindo o não uso de preservativos em todas as práticas sexuais”, diz a doutora Lívia.
De acordo com a médica, há outros fatores, como falta de campanhas de conscientização e de prevenção, prática de sexo seguro e pré-natal adequado. Pois algumas gestantes ainda não têm acesso a consultas ou exames.
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
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