Correio Braziliense
postado em 09/02/2020 04:10
Não é somente os humanos que precisam de um tempo para relaxar e se divertir. A pergunta que vem à mente: os felinos podem dar uma volta com os donos? Claro, mas independentemente da raça, é sempre importante analisar a índole de cada animal e a personalidade: curioso, arisco, agressivo, quieto, entre outras. É o que afirma a veterinária Paula Amorim, “Apesar de todos poderem! Normalmente, alguns não são acostumados a isso e podem se estressar. Nesses casos, é válido reavaliar o passeio, pois é algo que era para trazer bem-estar.”
Para mantê-lo alegre e relaxado, o ideal é pensar qual seria o local que vai levá-lo. “Pergunte-se: ‘Qual a índole do meu animal? Ele tem curiosidade ou é um animal arredio, que foge e se esconde?”, sugere a veterinária. Ela orienta que, o primeiro passeio começa dentro de casa, seja deixando o animal ir para o corredor do prédio ou para a área externa. O importante é ser feito aos poucos e com cuidado.
“Antes de sair, comece a acostumá-lo com a coleira. Deixe-o cerca de cinco a 10 minutos e instigue ele a brincar, passear e andar”, explica Paula, formada em medicina veterinária pela Universidade de Brasília (UnB). Não fique preocupado se ele empacar e não sair do lugar, pois isso é normal. “Caso isso ocorra, é continuar com o animal dentro de casa até que ele aja de forma relaxada em relação à coleira.”
A designer Raquel Salaro Menezes, 38 anos, tem um gatinho, chamado Ravi, 11. “Ele sempre foi um gato muito curioso e inquieto. O passeio foi uma maneira que encontrei para gastar a energia dele: conhecer novos lugares, perseguir passarinhos e falar com as pessoas na rua, pois são as coisas que mais gosta de fazer”, conta.
O animal dá uma voltinha por aí uma vez por dia, no fim da tarde, por uns 40 minutos. “Foi o próprio Ravi que teve a iniciativa de me esperar na porta no fim do dia e passear pelo corredor. Depois, passou para a cobertura coletiva do prédio, e hoje, só gosta de ir embaixo do bloco e no estacionamento”, diz.
A moradora da Asa Norte observou que, “Fica mais calmo! Sempre foi meio elétrico por ser curioso demais, adora participar de tudo e não gosta de ficar sozinho por muito tempo” O bichano vai constantemente ao veterinário, usa uma coleira e o único cuidado que a dona tem é que ele não coma nada estranho.
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
Palavra do especialista
1 - Quais cuidados devem ter com o gato na rua?
O mais importante é quanto à segurança dele. É necessário que ele esteja com um conjunto de peitoral e uma guia própria para felinos. O ideal que os passeios sejam em locais tranquilos, ou seja, sem presença de cães e sem grande fluxo de pessoas, pois o gato pode se assustar e o desespero pode causar fugas ou acidentes. Depende do comportamento do animal, alguns preferem só passear, enquanto, outros querem defecar, correr, subir em árvores… Nesse último caso, é interessante levar uma garrafa, uma tigela de água e sacola para remover os dejetos. Além do uso de coleiras, guias e transportes adequados.
2 - Antes de levá-lo para passear, é necessário ir ao veterinário?
Todos os gatos, passeando ou não, devem fazer acompanhamento veterinário pelo menos uma vez ao ano. É interessante levá-lo para tirar dúvidas, receber orientações sobre o passeio e a segurança envolvida no processo. Na dúvida, é indispensável buscar a orientação de um especialista em medicina felina.
3 - Existe algum cuidado há mais com bichanos mais solitários?
Não existe problema em levar nenhum gato para passear, desde que ele goste do local. Isso deve ser um momento de relaxamento e diversão. Nenhum animal deve se sentir solitário. Gatos que são filhos únicos podem demandar mais atenção dos tutores.
Fonte: Anna Clara dos Santos, médica veterinária pela Universidade de Brasília (UnB).
Peitoral com Guia Azul, da Pawise
É um produto ajustável, com fivelas de pressão e confortável;(Preço: R$ 40, 99)
Botinha American Pets Borracha, da PetLove
A peça acompanha um estojo plástico para guardar quando não estiver utilizando, contém dois pares de botas com fita velcro, para o ajuste ideal (preço sob consulta)
Bolsa Transporte Cachorro e Gato, da Bichinho Virtual
Para quem ama passear com muito estilo e conforto. A bolsa tem estampa rosa cintilante, com alça e acolchoada, para maior comodidade do pet. Além de ter um engate de segurança interno para coleira ou peitoral e laço na lateral. O produto suporta até 7kg. (Preço: R$ 167,90 3x de R$ 55,96)
Mito
Por que se vê mais cachorros passeando com dono?
Não digo que há algum mito para justificar a falta de passeios dos gatos, acredito que seja mais um costume ou a falta dele. Também é válido reforçar o hábito de cada espécie, pois os felinos normalmente são animais noturnos e solitários (com algumas exceções, claro). Os caninos têm hábitos noturnos/diurnos e são animais que vivem em matilha. Essa herança comportamental diz muito sobre o atual de cada espécie e o que podemos esperar de cada um.
ATENÇÃO!
O bichano deve estar com a carteira de vacinação atualizada. Também é importante saber com qual vacina o animal foi imunizado. Os gatinhos que têm acesso à rua é sempre recomendado utilizarem a quíntupla (V5), pois essa imuniza também contra o vírus da FELV (popularmente conhecida como Leucemia Felina), que causa imunossupressão. Alguns dos meios de transmissão da FELV são: lambedura, potes de água e de ração, pelas fezes e urina. Ao passear na rua, o gatinho possivelmente será exposto a alguma dessas formas.
Fonte: Paula Amorim, formada em medicina veterinária pela UnB.
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