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Pet e chuva não combinam

Neste período chuvoso, os animais precisam de cuidado redobrado. Saiba como protegê-los

Correio Braziliense
postado em 01/03/2020 04:17
Danielle Queiroz tem cuidado especial com as patinhas de Chico
O tempo chuvoso chegou com tudo ao Distrito Federal. Antes do fim de fevereiro, diversas regiões, como Paranoá, Gama e Brazlândia, já tinham ultrapassado o volume de chuvas previsto para todo o mês. A época úmida e molhada pede cuidados especiais, inclusive quando o assunto são os animais de estimação. Os pets também precisam de proteção contra a chuva e o chão molhado, principalmente os que moram em casa e têm acesso livre ao quintal.

A veterinária Camila Maximiano, da Clínica Pompeu, alerta que animais expostos à chuva e que ficam com o pelo molhado estão sujeitos a desenvolver dermatites e problemas respiratórios, como asma, bronquite e pneumonias. A veterinária explica que a umidade causa alterações na pele, o que favorecem a proliferação de bactérias e fungos. Quando o tempo está abafado, o processo pode ser ainda mais rápido. “As dermatites trazem muito incômodo e, quando não tratadas, podem evoluir para casos mais graves.”

A veterinária Thaís Matos, da DogHero, destaca que manter os pelos bem aparados e penteados, além de secos, são medidas que também ajudam a prevenir dermatites. “É importante lembrar que algumas raças são mais propensas a desenvolver a inflamação por razões anatômicas, como dobras na pele e tipo de pelo”, pontua.

Para fugir da dermatite, o ideal é evitar ao máximo que o animal seja exposto à chuva e à umidade, mas, em alguns casos, isso fica mais difícil. Cães que moram em apartamentos e não fazem suas necessidades dentro de casa precisam sair. O ideal é aproveitar os horários que a chuva der uma trégua e passear com guarda-chuvas e capas de chuva específicas para o cão.

Secagem

Ao voltar para casa, é importante secar o pet com uma toalha. Caso ele tenha ficado com o pelo úmido, invista na secagem mais potente com o secador. Outro cuidado importante e nunca negligenciado pela advogada Danielle Persiano de Castro Queiroz, 37 anos, é a limpeza e a secagem das patas do animal.

O dachshund — ou o popular salsichinha — Chico, 7 anos, não faz as necessidades dentro de casa, então, precisa descer mais de uma vez, todos os dias. Quando o tempo está chuvoso e o chão, molhado, ou quando Chico acaba pisando em poças de água, passa por um cuidado rigoroso com as patas.

Danielle afirma que Chico tem suas próprias toalhas e, quando ele volta da rua, além de limpá-lo, ela e o marido secam bem as patas do pet. “Temos um cuidado extra, secamos entre os dedinhos dele para não ficar nenhum resquício de umidade, que sei que pode ser perigoso.”

Tanto cuidado tem uma razão. Há oito anos, uma vira-lata de grande porte do casal teve problemas sérios na pata causados por fungos. “Ela ficava no quintal, então a patinha ficava mais úmida na grama. Foi muito sério, inchava demais e foi um tratamento longo e doloroso”, lembra Danielle. O casal não quer repetir a experiência, por isso não descuida dos dedinhos de Chico.

Os sapatinhos, usados por alguns pets, não são para Chico, pois ele odeia e pede para tirá-los. Por ser baixinho e gordinho, algumas vezes Chico também molha a barriga, o que pede uma secagem mais completa. “Ele fica assustado com o secador, mas começamos com uma potência bem fraquinha e, depois que ele acostuma, nós aumentamos”, ensina Danielle.

Apesar de estarem sempre preparados com o guarda-chuva, a advogada quase nunca consegue sair enquanto ainda chove. “Chico não gosta de andar na chuva. Quando começa a chuviscar, ele já para e pede colo, não anda mais.”

Quando o tempo está fechado, Danielle também não deixa Chico cheirar ou beber água empoçada nem chegar perto de postes ou fontes de eletricidade. A veterinária Camila alerta que, ao beber água empoçada, os animais podem ter intoxicações e contrair leptospirose ou vermes. E Thaís acrescenta que a água pode conter resquícios de pesticidas ou até mesmo gasolina.

Temporais

Caso tutores e pets sejam pegos de surpresa por enchentes ou enxurradas, é importante carregar o animal ou segurar forte para que ele não corra o risco de ser levado pela água ou se afogar. Quando o animal tiver contato com água suja, que pode estar contaminada, é importante dar banho ao voltar para casa e secar bem com toalha e secador. “Cuidados quando usar o secador: mantenha o aparelho a uma distância razoável, que não esquente demais, e controle a temperatura”, ensina Camila.

A vacinação deve também estar sempre em dia, pois, no período chuvoso, a urina de rato pode ser espalhada e diluída na água, aumentando o risco de doenças.

Thaís explica que a combinação entre banhos em excesso e secagem inadequada pode ser prejudicial ao cão. Neste período, não é recomendado deixar os cães secarem naturalmente, principalmente os de pelo grosso. De forma geral, a indicação é diminuir um pouco a frequência de banhos, mas os pets que costumam ir a pet shop, onde existem equipamentos para uma secagem mais confiável, não costumam apresentar problemas.
 

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