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Testosterona também para elas

A reposição do hormônio é feita, no Brasil, por conta e risco do médico. Mas a terapia é possível, desde que se siga alguns critérios

Correio Braziliense
postado em 08/03/2020 04:10
A testosterona é o principal hormônio sexual masculino, mas isso não significa que as mulheres não o tenham.A endocrinologista Larissa Garcia Gomes, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia — Regional São Paulo, explica, no entanto, que não está determinado o que é testosterona baixa para a mulher, apesar de ela ter um papel importante na qualidade de vida feminina.

No Brasil, Larissa esclarece que a reposição de testosterona para mulheres tem sido off label, ou seja, feita por conta e risco do médico que a prescreve. A indicação, em grande parte das vezes, é realizada de forma essencialmente correta, apenas ainda não aprovada no país. O que é off label hoje, no Brasil, pode já ter uso aprovado em outro país.

A indicação, segundo a médica, tem sido para aumento da libido, mas ela explica que muitas mulheres usam o hormônio também para melhora da composição corporal e da performance do exercício. “Mas a única potencial indicação dessa terapia seria para mulheres com transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH). O uso para outros fins não é indicado e pode trazer sérias consequências para a saúde”, alerta. De acordo com Larissa, o abuso de testosterona em altas doses nas mulheres para fins estéticos e de performance aumentou dramaticamente nos últimos anos.

Segundo Karina Tafner, ginecologista e obstetra especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana e assistida, embora os homens tenham de 20 a 30 vezes mais testosterona no corpo, esse hormônio é um importante regulador das funções biológicas da mulher também. “Quando os níveis do hormônio na mulher ficam baixos, várias disfunções são ocasionadas, entre elas a baixa libido. A queixa é menor em mulheres na idade reprodutiva”, explica Karina.

Pesquisa feita pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio do Hospital Perola Byton, 48% das mulheres procuram ajuda médica por conta de disfunções sexuais. A diminuição da libido tem sido frequentemente associada à redução da testosterona. As concentrações circulantes desse hormônio caem progressivamente ao longo da vida reprodutiva das mulheres, principalmente na terceira e quarta décadas.
 

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